terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Comércio difícil

A queda das exportações e os problemas financeiros de alguns frigoríficos prejudicam a venda do gado em Mato Grosso. Abatedouros, que fizeram acordos na Justiça, no ano passado, ainda não começaram a pagar o que devem aos pecuaristas.


A escassez de crédito e a redução do consumo de carne atingiram em cheio as exportações. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, no Estado a queda foi de 18,5 % no ano passado em relação a 2008.

Hoje, em Mato Grosso, de acordo com o Sindicato dos Frigoríficos, de 39 indústrias com inspeção federal, nove ainda estão paradas. Elas representam 22% da capacidade de abate no Estado.

A região mais atingida foi o nordeste de Mato Grosso, que tem cerca de cinco milhões de cabeças e apenas duas unidades em operação. De acordo com a Associação dos Criadores, a concorrência dos frigoríficos diminuiu e os preços pagos ao produtor caíram.

“Entre os dois frigoríficos existem 700 quilômetros. O que quer dizer que encarece o frete, o produto perde qualidade e o frigorífico ainda aproveita e pressiona preço", explicou Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores.

O que também preocupa é o andamento das negociações com os frigoríficos que estão em recuperação judicial. Armando Cândia, advogado dos criadores, disse que até agora não foi pago nada dos acordos feitos no ano passado.

"O Independência foi aprovado o pagamento em até R$ 100 mil e o saldo restante em 24 parcelas. O Arantes, o pagamento em 12 parcelas a partir da aprovação do plano. Agora, estamos aguardando o fechamento, a conclusão dos trabalhos do Quatro Marcos para que a aprovação do plano saia em quatro de março. Passamos 2009 em branco e a expectativa é que agora no final de fevereiro e início do mês de março, com a aprovação desses planos, a gente comece a ter esses pagamentos ", esclareceu Armando Cândia, advogado dos criadores.

Por causa das distâncias e da falta de frigoríficos por perto, o pecuarista de Barra do Garças, por exemplo, perde hoje R$ 37 em cada cabeça de boi em relação ao preço de fevereiro do ano passado.

Fonte: Globo Rural

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