BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu um total de 40 pessoas em nove estados na Operação Bismark para combater fraudes em saque do seguro-desemprego. A fraude lesava a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A polícia conseguiu identificar até agora prejuízos da ordem de mais de R$ 1,5 milhão ao mês durante as investigações.
A Justiça Federal de Mato Grosso decretou a prisão temporária de 50 pessoas em oito estados, todas são acusadas de integrar uma grande quadrilha, dividida em sete subgrupos que atuavam separadamente. Destas 50 pessoas, 30 foram presas e outras dez já haviam sido detidas em flagrante, sacando benefícios, no decorrer da investigação, que começou há dez meses. Outras dez continuam foragidas.
O crime consistia em obter informações sobre parcelas de seguro-desemprego para serem recebidas através da Caixa e do MTE. Após isso, os criminosos falsificavam documentos das pessoas que tinham direito ao seguro-desemprego e o sacavam. Quando o verdadeiro titular do direito ia realizar o saque, descobria a fraude, e o próprio Ministério do Trabalho pagava novamente o benefício.
As investigações começaram em 2008, através do próprio Ministério do Trabalho. Técnicos da Agência de Pesquisas Estratégicas do Minitério colheram dados acerca das denúncias de golpes desde então e subsidiou a PF com essas informações. Surgiram várias denúncias da fraude, que contava com o apoio de empregados temporários da Caixa e do MTE.
Entre os envolvidos na fraude, estão três ex-funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego e dois são ex-funcionários da Caixa Econômica Federal, sendo um de Porto Velho (concursado) e o outro de Recife.
O nome da Operação Bismark faz referência ao estadista alemão Otto Von Bismark, criador de vários benefícios trabalhistas na Alemanha do século XIX.
Até R$ 6 mil em um dia
Apenas um dos fraudadores retirou, num único dia, o valor de R$ 6 mil na Caixa Econômica. Segundo a representação, cada integrante da quadrilha lucrava de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês com os saques indevidos.
A ação é realizada nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará, Paraíba e conta com o apoio logístico de Superintendências da Polícia Federal de vários Estados da Federação.
Segundo a PF, foram expeditos 78 mandados judiciais pelo juízo da 5ª Vara Federal em Cuiabá (MT), sendo 50 mandados de prisão temporária e 28 mandados de busca e apreensão. Dos indiciados, três são ex-funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego e dois são ex-funcionários da Caixa Econômica Federal.
Durante as investigações, dez pessoas foram presas em flagrante e receberam novos mandados a serem executados nesta sexta-feira.
Além de quebra do sigilo bancário, de comunicação eletrônica e bancário, utilizados durante o processo de investigação, a polícia representou pelo bloqueio das contas bancárias dos indiciados. Os fraudadores vão responder por estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos.
Ministério mudou forma de acesso às informações
O Minstério do Trabalho informou que, como primeira medida, baseado nos fatos já apurados, o Ministério alterou a forma de acesso a informações sobre a liberação de parcelas de pagamento do seguro-desemprego, visando dificultar a ação de fraudadores sem, contudo, dificultar o acesso do trabalhador ao seu benefício.
De acordo com nota do ministério, o programa possui um complexo sistema de cruzamento de dados com diversas fontes de informações. Nos próximos dias os técnicos terão um encontro com o delegado que preside o inquérito, no Mato Grosso, para trocarem mais informações sobre as investigações.
Fonte: O Globo
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