segunda-feira, 26 de julho de 2010

Américo Figueiredo: Vice Presidente de RH da Nextel

Maiara Tortorette

Presente no Brasil desde 1997, a Nextel possui 2,7 milhões de usuários corporativos em sua área de cobertura, que compreende 365 cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia, Ceará, Pernambuco, Espírito Santo e Brasília.

Em entrevista ao Carreira & Sucesso, Américo Figueiredo, Vice Presidente de RH da Nextel, fala sobre sua trajetória profissional, participação em projetos de responsabilidade social e os desafios do RH em uma das maiores empresas do segmento de telecomunicação.

Confira!

Conte-nos sobre sua formação.

Concluí a graduação em Administração de Empresas na Faculdade de Economia São Luís, em São Paulo. Posteriormente, cursei pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos na FAAP e em Administração Industrial na Fundação Vanzolini. Já mais maduro profissionalmente, resolvi cursar mestrado em Administração com ênfase em gestão estratégica de Recursos Humanos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Complementei os meus estudos na University of Michigan Business School nos EUA, onde cursei o Human Resource Executive Program.

Conte-nos sobre sua trajetória profissional.

Durante toda minha trajetória profissional, atuei na gestão e direção de RH de diversas empresas, como: Mondial Assistance Brazil (Grupo Allianz de seguros), Louis Dreyfus Trading, Sadia, Maxion (Massey Fergusson Tractors & Perkins Engines) e Grupo Suzano Feffer.

Antes de ingressar na Nextel, ocupei por seis anos a posição de diretor de Recursos Humanos da Divisão Global Business Services da IBM América Latina e fui parte de um time fundamental no processo de aquisição e incorporação da empresa PricewaterhouseCoopers Consulting. Além disso, ainda na IBM, tive expressiva participação em projetos envolvendo países como a China, Índia, Filipinas, Vietnam, Egito e Romênia, quando exerci a função de Diretor de Recursos Humanos para um projeto estratégico mundial de Global Delivery.

Em dezembro de 2008, assumi o cargo de vice-presidente de Recursos Humanos da Nextel Brasil, em que atuo até hoje, junto a posição de diretor do Instituto Nextel - ONG que colabora com o desenvolvimento de jovens em situação de risco social, para inserção no mercado de trabalho.

Como ingressou em RH?

Apesar de inexperiente, desde o meu primeiro emprego, de auxiliar de escritório, eu já ambicionava trabalhar na área administrativa de uma empresa, pois ouvia muito o meu avô contar sobre o seu dia-a-dia na área de produção e a sua relação com o gerente responsável pela fábrica de papelão onde ele trabalhou 45 anos. Como sempre tive meu avô como referência, acho que inconscientemente eu queria ser alguém em condições de ocupar uma função tão ou mais importante do que a do gerente da fábrica e poder me relacionar com pessoas. A vaga que eu ocupava na empresa foi para o Departamento Pessoal e, com 16 anos, eu fiquei maravilhado com as rotinas daquele setor. Quando completei 19 anos e ingressei na faculdade de administração, acabei percebendo a necessidade de alçar vôos mais altos. Eu desconfiava que na área de Recursos Humanos eu teria boas chances, pois havia me adaptado muito bem a ela.

Quando ingressei no Grupo Suzano Feffer, fiquei ainda mais motivado pelo porte da empresa e pela existência de uma gerência de pessoal no grupo. Naquele momento eu não tinha absolutamente mais nenhuma dúvida que gostaria de ser um executivo de recursos humanos de uma grande empresa.

Alguma vez pensou em atuar em outra área?

Eu nunca pensei em deixar de atuar em Recursos Humanos, mas na medida em que o meu potencial para ser executivo foi amadurecendo e se realizando, constatei que poderia atuar em diversas áreas que requeressem capacidade de gestão.

Como foi sua chegada à Nextel? Como ocorreu esta oportunidade?

A oportunidade veio por intermédio da Heidrick & Struggles, firma de headhunting que foi incumbida pela Nextel de recrutar um Vice-Presidente de Recursos Humanos. Na IBM, ciente de já haver cumprido as minhas missões, eu ansiava por novos desafios que me permitissem continuar a crescer e a me desenvolver como pessoa e como executivo. Quando o sócio da Heidrick me convidou para conhecer o projeto, fiquei muito interessado e decidi seguir em frente. Ao conversar com o Sergio Chaia, presidente da companhia, não tive mais nenhuma dúvida em aceitar a oportunidade.

Você já trabalhou em outras empresas renomadas. O que diferencia a Nextel das demais organizações?

Penso que a Nextel possui uma magia contagiante. É uma empresa que trata as pessoas de forma muito humana e especial, propiciando um ambiente de trabalho muito mais prazeroso. Apesar de trabalharmos muito, temos como retorno e incentivo um ambiente de muito respeito e valorização.

O que mudou na área de RH da Nextel a partir da sua chegada?

Desde que cheguei já foi possível notar a qualidade do trabalho que já era desenvolvido pelo time. Com o passar do tempo evoluímos o trabalho da área para reforçar a importância de uma agenda mais intensa de comunicação interna, visando apoiar a criação de um ambiente favorável a inovações, criatividade, melhorias contínuas e evolução, além de aproximar, ainda mais, o time de liderança executiva dos colaboradores.

Houve, também, uma maior ênfase nas questões relacionadas com a Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade, ajuste no modelo de premiação por mérito e modificações na política de benefícios para permitir melhores condições de seguro-saúde e plano odontológico a todos os colaboradores.

Além disso, ampliamos as nossas parcerias com universidades para propiciar condições de os colaboradores e os seus familiares participarem de cursos de graduação e MBA e desenvolvemos um projeto muito interessante para tratar da qualidade de vida e bem-estar das pessoas que carinhosamente batizamos de Você em Equilíbrio.

A maioria das empresas do segmento de telecomunicação encontra dificuldade em se relacionar com seus clientes. Como a Nextel consegue ter os clientes mais satisfeitos do mercado de telefonia e o menor número de reclamações?

Creio que isso tenha a ver com o nosso modelo de negócios, o qual preconiza que a satisfação dos colaboradores leva à satisfação dos clientes. Para nós isso é levado muito a sério em tudo o que fazemos. Investimos uma substancial parte do nosso tempo para criar conexão emocional com as pessoas.

A Nextel tem um departamento de responsabilidade social. Qual a preocupação da empresa com qualidade de vida e ações sociais? Qual o papel do RH nesta questão sustentável?

As preocupações com os temas de responsabilidade social fazem parte do DNA da Nextel. A empresa tem uma atuação intensa nos temas e uma área especificamente estruturada para gerenciar uma ambiciosa e ampla agenda, que se reporta à Vice-Presidência de Recursos Humanos. Atualmente gerenciamos três institutos, voltados a trabalhar com jovens em situação de risco social e prepará-los para a inserção no mercado formal de trabalho. Recentemente, firmamos uma parceria com a AgênciaClick para capacitar os jovens da instituição para atuarem em web design. A área também atua de forma muito efetiva com os programas de voluntariado. Temos mais de 10% do nosso quadro de colaboradores engajados em causas sociais.

A Nextel trabalha com prestação de serviços? Como o RH administra esta relação?

Temos uma rede de empresas parceiras que prestam serviços para nós em diversas áreas, como vendas, engenharia, manutenção, tecnologia da informação, entre outras. Todas são empresas legalmente constituídas. No momento estamos implantando uma nova política de terceirização que visa disciplinar e tornar mais claro as regras e os cuidados necessários que a empresa deve ter com a contratação e disponibilização de mão-de-obra. Os cuidados alcançam, inclusive, a saúde econômico-financeira da empresa parceira.

Qual o maior desafio de gerenciar a área de RH nos dias de hoje?

Nos dias de hoje podemos destacar três principais desafios:

- Lidar com a ambiguidade crescente entre conciliar as necessidades individuais com as organizacionais;

- Harmonizar a convivência de gerações, que estão cada vez mais em contato dentro das organizações;

- E estar à altura para liderar a agenda de construção do Capital Intelectual, elemento crucial no novo ambiente competitivo.

Com uma carreira consolidada, ainda tem algum sonho profissional e pessoal para realizar?

Continuo a ser um eterno sonhador, e isto tem muita relação com a minha personalidade. Ainda vislumbro a minha carreira evoluindo um pouquinho mais para assumir maiores responsabilidades em gestão. No campo pessoal, eu gostaria de me dedicar à espiritualidade. Estou seguro que quando atingir as condições para poder me dedicar com maior intensidade a ela, ajudando ainda mais as pessoas que necessitam, a minha missão estará cumprida.

Fonte: Jornal Carreira & Sucesso

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