domingo, 18 de julho de 2010

Você compra carne de maneira consciente?

Gabriel Miranda - Redação Saúde Plena
Enfim a pecuária brasileira parece curvar-se à evidência manifestada pelo mercado doméstico e internacional há anos: não há mais lugar para a carne bovina de procedência duvidosa. Incapaz de livrar-se da acusação de ser o principal motor do desmatamento na Amazônia, o setor – liderado por seu segmento mais dinâmico, o exportador – promete um esquema para rastrear 30% do rebanho do país.

É crucial, para a credibilidade do produtor e para a confiança do consumidor, a capacidade de identificar, em qualquer ponto, todas as fazendas e instalações de processamento por trás de cada quilo de carne, por exemplo, com chips implantados contendo os dados do animal. A chamada rastreabilidade é precondição para a fiscalização sanitária e ambiental.

Não é de hoje que produtores, frigoríficos e o governo devem aos compradores um sistema de rastreamento decente. A promessa descumprida vem pelo menos desde a crise da febre aftosa, que fechou vários mercados à carne brasileira – como o embargo russo, de 2005 a 2007.

A associação entre pecuária e desmate tem fundamento. De 1996 a 2006, pereceram 209 mil km² de floresta amazônica, um território maior que o do Estado do Paraná. No mesmo período, o rebanho da Amazônia Legal cresceu 97%, muito acima do desempenho médio do país (10%).

Parte do setor agropecuário se recusa a enxergar o vínculo, refugiando-se na cômoda e pouco crível acusação de que se trata de um complô contra a pujança do produtor nacional. Se é óbvio que as suspeitas funcionam como barreira não tarifária à carne brasileira, ou que ONGs carregam nas tintas de suas denúncias, o melhor antídoto contra elas está em propiciar informação precisa e confiável, mostrando em quais casos as acusações são infundadas.

Preocupa, na promessa dos exportadores de rastrear 30% do rebanho, o prazo anunciado: três a quatro anos. O setor já consegue ver a onda montante no mercado consumidor, mas precisa andar mais depressa que ela.

Minas Gerais

Minas Gerais tem o segundo maior rebanho do país, perdendo apenas para o Mato Grosso. Em todo o país, mais de duas mil propriedades já tem o rebanho rastreado, da fazenda os animais vão para os frigoríficos, aonde os animais são abatidos. Após o abate a carne vai para um entreposto, onde fica em uma câmara fria já embalada, e com um código de barra, que permite ver toda a identificação do animal.

Depois de tudo devidamente embalado e rastreado é hora da carne ser despachada para o supermercado. Nas prateleiras as carnes rastreadas ganham cada vez mais espaço, mesmo que o preço ainda seja maior.

Fonte: Uai - Saúde Plena

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