sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Trabalhadores acusam Margem de não cumprir acordo firmado

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

Frigorífico agora é do JBS Friboi e está fechado. Trabalhadores que ainda não receberam os direitos trabalhistas do frigorífico Margem estão contrariados com a demora dos pagamentos. A unidade foi fechada em abril do ano passado e um acordo foi firmado na Justiça do Trabalho no início do ano, mas até agora a empresa que tem sede em Rio Verde-GO ainda não saldou a divida com os trabalhadores. Uma comissão dos trabalhadores esteve na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação em Barra do Garças expondo suas dificuldades e pedindo agilidade na tramitação do processo.

O presidente do sindicato, João Batista de Oliveira, disse que a lentidão está no cumprimento da lei 11.101/05 de recuperação judicial da empresa que prevê a venda de bens para quitação dos débitos existentes. Segundo o sindicalista já foram marcados dois leilões, todavia foram cancelados por baixa procura. A dívida trabalhista do Margem está em torno de R$ 20 milhões e com mais credores como banqueiros gira em torno de R$ 700 milhões. “Os banqueiros podem dar prazo, mas os trabalhadores não. É isso que a Justiça Comum precisa enxergar” explicou João Batista.

O advogado do sindicato, Raul Dolzan, explicou que a demora está na Vara de Execução em Rio Verde e que a Justiça do Trabalho já julgou e concedeu as cartas de crédito aos funcionários com direito a correção. “Todos os trabalhadores vão receber, mas isso demora um tempo” ponderou. A dificuldade dos trabalhadores que o fórum eleito para julgar os processos contra a empresa fica no estado vizinho.

João Batista informou que todos os frigoríficos que foram fechados no Araguaia e pediram recuperação judicial estão com dificuldades para pagar os seus trabalhadores. Ele mencionou o caso do frigorífico Arantes que sequer mandou advogado para as audiências de conciliação. O frigorífico Independência de Nova Xavantina é o único entre os que fecharam que assumiu um compromisso de pagar e vem cumprindo.

A crise com o mercado internacional de carne mergulhou os frigoríficos do Araguaia numa crise sem precedente. A unidade do Margem foi incorporada pelo Grupo JBS Friboi, mas permanece fechada sem perspectiva de operar deixando de gerar 400 empregos diretos. O frigorífico Carvalho foi negociado pelo vereador Sávio Carvalho e José Modesto, com o Mataboi, mas a unidade está fechada inviabilizando 200 vagas de serviço. A carne consumida em Barra está vindo do frigorífico Imperial arrendado pelo vereador barra-garcense e das vans do JBS.

O presidente do sindicato dos trabalhadores entende que a situação somente vai melhorar depois que superar a crise de exportação e o mercado mundial voltar a consumir mais carne do Brasil.

Fonte: Olhar Direto

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