Diversidade é garantia de ampliação das relações no mundo

 *Leila Navarro

Com o atual modelo organizacional as empresas estão se internacionalizando, instalando-se em outros países, realizando acordos e fusões com empresas de nacionalidades diferentes. Torna-se cada vez mais comum a convivência de pessoas de nações, etnias, costumes ou religiões diferentes. Quanto mais uma organização for capaz de administrar a diversidade, maior será o seu potencial competitivo – gerenciar adequadamente as diversidades de culturas, pensamentos, formas, estilos, talentos e habilidades, mais que uma questão de justiça, de aprendizagem ou de lucro, tornou-se uma questão de sobrevivência.

A diversidade é uma forma de enxergar a vida de uma maneira ampla e nos dá condições de evoluir em todos os sentidos. Só conseguimos crescer quando entendemos e respeitamos as diferenças, as quais enriquecem as relações, garantem o sucesso de empreendimentos e acrescentam pontos positivos em nossas vidas. Se fôssemos todos iguais, limitados a gostos, habilidades e talentos semelhantes, certamente não teríamos alcançado o nível de embasamento tecnológico, científico e comportamental que se apresenta hoje no mundo inteiro. Talvez ainda estivéssemos com recursos do homem da pedra e a capacidade intelectual atrofiada. É a diversidade que nos faz avançar, criar, inovar, investigar e, principalmente, evoluir.

As pessoas que estão realmente dispostas a aprender com seus relacionamentos, devem aceitar e respeitar a diversidade humana - os gostos, as opções, as crenças, a aparência, até mesmo as manias dos outros. Aceite cada um como é e estará aprendendo a se aceitar e a se amar também. Ser diferente é saudável e positivo. Cada um de nós é único, cada um a seu modo. Na verdade, muita gente não leva em consideração um fato simples: decisões e ações de vida não podem ser tomadas a partir de uma receita simples, igual para todo mundo – quando uma pessoa deseja ser igual à outra, ela acaba se desvalorizando, renega sua individualidade e seus talentos e, por não conseguir atingir o que idealizou, acaba se excluindo. Assim, é natural que com o passar do tempo se sinta perdida, vazia e destruída ao constatar que, por mais que faça, não vão conseguir se igualar a seus modelos.

Em alguns países, infelizmente, há pessoas que se matam porque não têm o mesmo credo, não se casam com gente de outra nacionalidade nem aceitam estrangeiros em seu País. No Brasil, felizmente, não é assim! Existem muitas raças, credos, cores e nacionalidades convivendo no mesmo solo. Mas, o mais desafiador não é aceitar o modo de ser e as opções das pessoas com quem mal convivemos – é fazê-lo com pessoas próximas na família, na empresa, nos relacionamentos sociais. Às vezes é difícil aceitar que o outro não compactua com a mesma opinião, desejo e interesses que você!

Diversidade é uma questão intimamente relacionada à consciência em relação ao outro, ao respeito à individualidade, considerando-o como um “legítimo outro”. Essa consciência pode estar ligada a uma empatia que permite sentir o que o outro sente. Como exemplo do que isso representa no contexto de uma empresa, imagine um chefe que se coloca acessível e disponível para atender às demandas de seus colaboradores, justamente por ter consciência das necessidades deles. Ser consciente é estar presente, é dar-se conta do que o outro é e da realidade que o rodeia. É aceitar a diversidade. Somos únicos, mas não somos os únicos e é a certeza de que seremos respeitados e podemos contar com os outros que dá sentido a tudo. O homem moderno tem de ser capaz de gerir a incerteza, a ambiguidade, a mudança e, principalmente, as diferenças. Mais do que nunca esses valores permitirão que possamos ver, sentir e atuar em um mundo que se torna cada dia mais complexo. Aqueles que têm assumido a diversidade como uma oportunidade de ampliar seus horizontes tem se posicionado muito mais adiante e “agarrado” oportunidades nunca antes imaginadas.

*Leila Navarro é coach, escritora e palestrante há mais de 10 anos, tendo consolidado, neste tempo, um forte nome no Brasil e no exterior.

Fonte: Jornal Carreira e Sucesso