domingo, 26 de junho de 2011

Pratini: não há agricultura nem pecuária na floresta

Ex-ministro da Agricultura - também de Indústria e Comércio - e consultor do frigorífico JBS Friboi, Marcus Vinícius Pratini de Moraes aproveitou o 12º Congresso de Agribusiness, promovido pela Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio, para criticar a pressão internacional sobre o campo brasileiro. "Governos e organizações não-governamentais usam falsos dados para tentar frear o agronegócio. Em 20 anos, a área de pastagem foi reduzida e o número de cabeças de gado subiu de 0,8 para 1,2 por hectare. Em 1990, o Brasil colheu 57,8 milhões de toneladas de grãos, usando 37,8 milhões de hectares. Este ano, a safra irá triplicar, atingindo 154,8 milhões de toneladas, em apenas 49,2 milhões de hectares, ou seja, a produção subiu 167% e a área plantada aumentou apenas 30%."

Informou que a Hungria usa 65% de seu território para plantar, a Alemanha, 50%, e a Polônia, 80%, e, no Brasil, são utilizados apenas 5,8%. Segundo Pratini, o Brasil é - ao lado de algumas nações africanas - um dos poucos países que poderá ampliar sua área utilizável para agricultura e pecuária e, portanto, tem tudo para ser celeiro do mundo. Lembrou que o vice-presidente Al Gore, após fazer afirmações duras em um filme ecológico, confessou seus erros e pediu desculpas formais. Revelou que o Brasil ainda pode anexar 100 milhões de hectares para agricultura e pecuária, sem pôr abaixo uma árvore.

Pratini repetiu dados já mostrados pelo relator do Código Florestal, Aldo Rabelo, mas desconsiderados por grande parte da opinião pública, no país e no exterior: a floresta amazônica não se presta a agricultura nem pecuária. Os dados sobre desmatamento se referem à Amazonia Legal, uma área que inclui o Maranhão e terras próximas a Brasília. Os números sobre a Amazônia Legal nada têm a ver com a floresta amazônica, mas são repetidos ad eternum para sensibilizar o mundo. Destacou que o Porto de Manaus é flutuante, pois o rio costuma subir 19 metros, na cheia e, este ano, chegou a 29 metros.

- Isso mataria o gado e destruiria plantações. Ninguém planta soja ou milho ou explora pecuária junto à floresta. Será que ninguém vê isso? A floresta não serve para agricultura e pecuária - bradou.

O Brasil pode produzir muito mais, sem desmatar, graças à melhoria da produtividade. O país dispõe dos cinco requisitos para uma boa agricultura: água, sol, terra, tecnologia e capacidade empresarial.

Salmão chileno

Pratini de Moraes considerou perigosa a concentração - em 85% - das vendas de soja para a China. Citou que, na década de 80, os norte-americanos compravam 80% da exportação brasileira de calçados e, quando interromperam as aquisições, foi gerada uma enorme crise no Rio Grande do Sul, com demissão de 200 mil pessoas.

Afirmou que muitos países usam dados pretensamente sanitários para rejeitar carnes brasileiras, mas os mais recentes casos de intoxicação e morte, no mundo, foram justamente em países que alegam problemas nas carnes brasileiras.

Fez uma grave acusação ao salmão do Chile. Revelou que esse salmão é de cor cinza e, para ostentar coloração rosada, recebe aplicação de uma tintura chamada astachantina e um elemento fixador, motivos que levaram os Estados Unidos a impor sanções a esse produto de origem chilena.

Pratini afirmou que qualquer cotação do dólar abaixo de R$ 2 é danosa para a economia brasileira, principalmente para a indústria, mas também afeta a agricultura.

Fonte: Monitor Mercantil

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