domingo, 3 de julho de 2011

Jornalista é indiciado pela Polícia Federal por ocultar fontes

Renan Justi

O jornalista Allan de Abreu, do jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, foi indiciado pela Polícia Federal, após publicar duas reportagens com escutas telefônicas não autorizadas pela PF. A matéria tratava da operação Tamburutaca, um esquema de corrupção local entre auditores fiscais, sindicalistas e empresários que tentavam burlar as leis trabalhistas sob o pagamento de propina.

Segundo conta o repórter, o material gravado chegou à redação do Diário por uma fonte confiável. “Recebi o compromisso de não revelar a fonte, não quebrei sigilo algum. No meu entendimento, não cometi crime algum”, conta Allan. O jornalista foi indiciado pelo delegado José Eduardo Pereira de Paula e por determinação do procurador da República Álvaro Stipp. “Fui chamado pelo procurador, ele me disse que tomaria as devidas medidas”, diz.

Após o encontro com Stipp, Abreu publicou no dia seguinte uma nova reportagem a repeito da operação com novas escutas telefônicas. A ABI (Associação Brasileira de Imprensa), em nome do presidente Maurício Azêdo, manifestou seu descontentamento com a ação judicial movida pela PF. “A obrigação de manter e resguardar segredos de Justiça em procedimentos policiais ou judiciais é das autoridades que a decretaram, e não dos jornalistas ou da imprensa”, respondeu ao Diário.

Surpresa

Perguntado se o indiciamento lhe causou surpresa, Allan revela que utilizou escutas telefônicas não autorizadas “umas quatro vezes e nunca aconteceu nada ou caso parecido”. Na opinião do jornalista, o indiciamento não deve lhe trazer grandes problemas.

Fonte: Comunique-se

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