terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pockets: O fenômeno editorial que tem tomado conta das bancas

Silvana Chaves

Ao passar os olhos nas prateleiras das bancas de jornal é possível notar algo diferente: as revistas – em especial as femininas – diminuíram. E não diminuíram no quesito oferta, mas sim no tamanho. Conhecidas como “revistas de bolsa”, elas têm feito a cabeça das mulheres e se tornado parte do dia a dia desse público.

O início de publicações no formato pocket teve início no Brasil com a revista Gloss, da Editora Abril, em outubro de 2007. E a moda das versões de bolso das revistas femininas já chegou a outros títulos de diversas editoras, como Criativa, Marie Claire e Crescer, da Editora Globo; Corpo a Corpo e Atrevida, da Escala; e por último a revista Nova, da própria Abril, no início deste mês.

A editora-chefe da Gloss, Sandra Soares, diz que a revista foi concebida para caber na vida das leitoras. “A Gloss nasceu inspirada na tendência europeia para as revistas femininas. Ela tem como público-alvo mulheres de 18 a 28 anos, que são muito ligadas à internet. É aquela mulher que não tem mais nada a ver com as revistas adolescentes, mas ao mesmo tempo não é tão madura para certos assuntos tratados em algumas revistas femininas”, afirma.

Gloss, publicação da Abril, marcou o inicio da "era pocket" no Brasil.

Na bolsa

Funcionária do Grupo Abril, a editora da Gloss também comenta sobre o objetivo no inicio da revista. “A nossa ideia quando criamos a Gloss era fazer algo que pudesse acompanhar a leitora que trabalha, estuda e que coubesse na bolsa. Esse é um formato em que cabem textos rápidos, mas sem deixar de lado o conteúdo e com valor acessível”, explica Sandra, responsável pela publicação mensal que possui tiragem superior a 220 mil exemplares.

Com relação à concorrência, Sandra enfatiza: “Começamos solitários, mas a vendagem superou a expectativa antes mesmo de completar o primeiro ano. Hoje a gente pode dizer que há um ‘segmento pocket’ nas bancas”, completa a editora-chefe.

Sobre o sucesso da revista, ela diz que segue a tendência que agrada as leitoras. “Essas meninas, de 18 a 28 anos, são novidadeiras por excelência. Elas gostam de coisas interessantes e acessíveis à elas. As nossas capas são criadas com base nisso. Por exemplo, elas sempre foram em plano fechado, mostrando só o rosto e elas sempre corriam dentro da revista e no site para ver o passo a passo do make da capa. Elas levam a revista para o banheiro para copiar”. Sandra também revela que a edição de agosto da revista trará novidades, mas não adianta o que seria.

Revista Criativa visa manter qualidade de conteúdo com o formato pocket.

Padrão e agilidade

Redatora-chefe da Criativa, Bia Abramo, diz que o novo formato da publicação, da Editora Globo, se deve à portabilidade da revista, que manteve o mesmo padrão de conteúdo. “Várias revistas no mundo todo já aderiram à esse formato e por isso, desde junho ela está sendo impressa no formato pocket. É uma tendência internacional. Fora que a pocket é mais portátil e mais barata para a leitora”, completa.

A diretora de marketing da Editora Globo, Claudia Fernandes, fala que a Criativa aderiu ao formato pela aceitação das leitoras. “Ela já tinha uma excelente aceitação e venda em bancas. Em 2008, ela representou 73% dos exemplares comercializados, ao ponto que em 2009, marcou 90% e no ano passado, 94%. É um trend para o público jovem da revista, que quer praticidade. O formato pocket permite agilidade, é como se fosse um celular.”

A Criativa trabalha com a mesma faixa etária da Gloss e - além de abordar temas como beleza, saúde, comportamento e cultura - apresenta editoriais de moda diferenciados, com visuais mais ousados. O portal da revista lembra o formato de um blog, de forma a interagir com as leitoras e dando a impressão de que é atualizado diariamente com as novidades do universo feminino.

Fonte: Comunique-se

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