TANIA NARA MELO
Da Reportagem
O frigorífico Quatro Marcos anunciou ontem que requereu uma autorização judicial para iniciar o pagamento dos créditos trabalhistas e de fornecedores independentemente da aprovação de seu plano de recuperação judicial. O pedido foi apresentado pela empresa na última quinta-feira, dia 10, à 1ª Vara Judicial do Foro Distrital de Jandira, em São Paulo.
O frigorífico justificou o pedido alegando que não seria justo com trabalhadores e fornecedores que aguardassem indefinidamente uma solução sobre o seu plano, tendo em vista os sucessivos pedidos de adiamento estão sendo realizados pelos credores financeiros da empresa nas assembléias gerais.
Desde que anunciou o pedido de recuperação judicial, a empresa e os credores acumulam três tentativas de acordo no sentido de solucionar a questão da dívida de mais de R$ 427 milhões, sendo parte desse montante, R$ 35,7 milhões, devido aos 273 pecuaristas mato-grossenses. Como relata o frigorífico, por exemplo, o adiamento da última reunião para o dia 29 de janeiro de 2010 foi motivada pela exigência dos credores financeiros por uma auditoria independente.
Caso a justiça decida acatar o pedido do Quatro Marcos, a medida será inédita, já que não se tem notícia de que pedido semelhante tenha sido formulado anteriormente em qualquer outro processo desta natureza. Quanto aos credores financeiros, aparentemente, a negociação somente será retomada ao término da auditoria, mas até lá, a empresa ganha novo fôlego ao efetuar o pagamento de alguns credores que poderão voltar a fornecer para a empresa diante desta demonstração de boa vontade de sua parte.
ACRIMAT – A decisão do frigorífico Quatro Marcos foi bem recebida pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que vem trabalhando para solucionar essa questão da melhor forma possível. Para a entidade “toda negociação é bem-vinda, desde que seja feita com garantias, pois os pecuaristas querem receber o que lhe é de direito, com juros e correção monetária”. A última proposta apresentada pelo Quatro Marcos, era de pagar a dívida com correção pela taxa Selic, porém, a partir da data da aprovação do plano de recuperação judicial. O frigorífico também aceitou diminuir o tempo de carência, que a princípio era de 12 meses a partir da aprovação do Plano, para julho de 2010.
Fonte: Diário de Cuiabá
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