Temos um enorme problema de natureza cultural: nossos pais nos educaram para buscarmos um bom e estável emprego em uma grande empresa e não para ter o nosso próprio negócio
Por Marcos Hashimoto*
Há duas semanas estive em um encontro de professores de empreendedorismo promovido pelo Instituto Empreender Endeavor. Representantes de instituições privadas e públicas, de norte a sul do país e com diversas formações, trocaram suas visões sobre o ensino de empreendedorismo nas universidades brasileiras. A seguir faço um resumo de algumas das reflexões do encontro.
Em primeiro lugar, temos um enorme problema de natureza cultural com relação ao empreendedorismo. Por anos, nossos pais nos educaram para buscarmos um bom e estável emprego em uma grande empresa, de preferência pública ou estrangeira. Esse paradigma levou a uma percepção infundada de que aqueles que tivessem escolhido a carreira empreendedora eram aqueles que não gostavam de estudar ou não tinham chances na carreira executiva. Abrir um negócio próprio era o destino dos ‘incapazes’. Esse rótulo diminui a receptividade dos jovens quanto à carreira empreendedora. Existe um consenso de que essa percepção felizmente esteja mudando, mas ainda é forte na cultura nacional.
Iniciativas de incentivo ao empreendedorismo em outros paísesOs próprios empreendedores querem distância do meio acadêmico. Seu preconceito advém da ideia de que empreendedorismo não se ensina, se faz. Histórias de empreendedores que abandonaram a escola para empreender ganharam notoriedade com muita rapidez, enaltecendo a enorme distância entre esses dois mundos. A consequência direta é que os que querem empreender não vão buscar na escola a sua formação. Ao invés disso, preferem aprender por conta própria e se inspirar nas histórias de outros empreendedores. Para completar, empreendedorismo não é considerada uma área de conhecimento científico. Embora o tema seja explorado em vários congressos acadêmicos no mundo e várias revistas científicas de renome se dediquem a publicações nessa área, ainda há muito preconceito por parte de certas linhas das ciências sociais aplicadas contra os pesquisadores de empreendedorismo.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios
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