terça-feira, 23 de março de 2010

Guilherme Ribenboim: gerente geral do Yahoo! da América Latina

Érica Nacarato
Com os títulos de Bacharel e Mestrado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Guilherme Ribenboim traçou, até então, uma carreira de sucesso e grandes saltos profissionais. Foi o líder de desenvolvimento de negócios na InvestShop, instituição líder latino-americana de serviços financeiros on-line, e em 1998 entrou para o Yahoo! Brasil, onde ocupou vários cargos dentro da organização e ajudou a lançar a Yahoo! Search Marketing no Brasil.

Desde dezembro de 2008, Guilherme deixou o cargo de gerente geral do Yahoo! Brasil para tornar-se o gerente geral do Yahoo! América Latina e mercados hispânicos dos EUA.

Em entrevista ao Carreira & Sucesso, Ribenboim contou um pouco sobre a sua carreira, explicou como é ser gerente geral de equipes de diferentes países e como é trabalhar com Internet no Brasil e nos países da América Latina.

Boa leitura!

Conte sobre a sua formação: em qual área, instituição e ano você se formou?

Sou carioca, formado em Economia pela PUC do Rio de Janeiro e, depois da graduação, fiz mestrado também na PUC do Rio. Quando sai do meu mestrado, fui trabalhar no Banco Bozano, Simonsen, por volta de 1998, e foi neste momento que tive a oportunidade de começar a trabalhar com Internet. No Bozano, chegamos a lançar uma empresa chamada InvestShop - depois adquirida pelo Unibanco - que era um site financeiro de venda e compra de ações e banco de investimento. No ano seguinte, mais ou menos no meio de 1999, o Bruno Fiorentini, na época gerente geral do Yahoo! Brasil, fez um convite para eu me juntar ao grupo e desde então estou no Yahoo!.

Comecei como Diretor de Novos Negócios e depois disso, em 2003, o Yahoo! comprou a Overture Services, empresa que criou o modelo de links patrocinados, e fui convidado para abrir a Overture no Brasil, me tornando o seu gerente geral. Eu ainda trabalhava no Yahoo!, já que a Overture fazia parte do grupo, mas eram empresas separadas.

No meio de 2006, o Bruno Fiorentini foi convidado para tornar-se o COO de uma operação do Yahoo! na Austrália, e eu fui chamado para juntar a operação da Overture com a operação do Yahoo!, me transformando no gerente geral da operação inteira aqui no Brasil. E finalmente no final de 2008, fui convidado para assumir o Yahoo! da América Latina, que hoje é composto pelo Brasil, México, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela e o mercado hispânico-americano. Eu fico alocado em São Paulo, mas estou sempre viajando pela América Latina e para os Estados Unidos.

Quais estão sendo os principais trabalhos desenvolvidos?

A maturidade do mercado na América Latina é muito diferente. Se você olha o mercado brasileiro, ele é muito mais maduro do que o mexicano, argentino ou o de outros países, e uma das principais tarefas que temos é a de trazer um pouco dessa expertise que desenvolvemos e conhecemos para esses outros mercados, e fazer o Yahoo! América Latina crescer cada vez mais rápido. No mercado brasileiro, o trabalho é a continuidade de um processo de um mercado muito competitivo, característico do país, porque aqui você tem os grandes players internacionais, o Yahoo!, Google, Microsoft; os players de mídias locais, como a Globo, Record, Estadão e UOL; e você tem também as telcos, que são uma novidade e uma característica peculiar desse mercado, como o IG, o Terra, e assim por diante. Então, o nosso mercado é bastante competitivo e nossa maior responsabilidade no Brasil é continuar trabalhando para também crescer a operação, desenvolvendo novos serviços e trazendo receita para a empresa.

Quando você entrou para o Yahoo! Brasil você já projetava chegar ao cargo de gerente geral?

Acho que essas coisas acontecem muito naturalmente. É claro que quando se entra em uma empresa, você sempre busca crescer e ter novas oportunidades, e as características dos profissionais que têm essas oportunidades dentro das organizações, são sempre de quem gosta de empreender, de ter desafios e novas responsabilidades. Acho que eu tenho essas características. Você não chega e pensa ‘agora quero novas oportunidades’, isso é muito natural. E vejo que em muitas empresas, existem pessoas que pensam isso de maneira muito artificial, elas buscam uma promoção e novas responsabilidades, porque acham que estão há muito tempo fazendo a mesma coisa, mas elas não tem aquele skill para aquilo,não têm a naturalidade. Então, acredito que a liderança e o crescimento profissional caminham junto com a característica da pessoa, ao lado, obviamente, do esforço e comprometimento. É aquela velha história, você tem 99% de suor e 1% de inspiração.

Quais são os principais desafios profissionais, agora que você está à frente do Yahoo! América Latina?

Acho que é basicamente continuar crescendo, tornar a operação da América Latina cada vez mais relevante para a empresa no mundo, e buscar oportunidades de consolidação do mercado; mercado este muito fragmentado. Então, acredito que ao longo do tempo, a consolidação certamente pode acontecer e precisamos estar muito atentos para isso. Enfim, os desafios são continuar crescendo e desenvolvendo os profissionais, para que possamos ter uma empresa saudável em todos os aspectos.

Como é ser gerente geral de um grupo que está em tantos países diferentes?

Esse é um dos maiores desafios que encontrei, gerenciar remotamente. Na prática, quando você tem o seu time perto, você está vivendo a realidade do dia a dia, sabe o que está acontecendo, pode opinar e participar, tem conhecimento e assim por diante. Quando você fica remoto, muito dos inputs, das decisões que você vai tomar são baseadas nos olhares de outras pessoas, do seu time. Então, uma das coisas que aprendi e estou aprendendo é desenvolver essa confiança bilateral; o meu time que está no México, Miami ou Argentina, tem que confiar e entender que eu estou buscando o melhor para a empresa e o crescimento profissional das pessoas e da operação que temos naquele país, e eu tenho que confiar que eles estão sempre me dando as informações acuradas e necessárias para que a gente possa tomar as decisões. Construir essa confiança, certamente, é um dos processos que eu mais aprendi, de 2008 para cá, e principalmente no ano passado. Isso custa muito tempo, conversa, visita, conhecimento do mercado, além de mostrar para as pessoas que você esta lá para ajudar, porque também um dos papéis do gerente é de olhar as oportunidade e entender como ele ajuda. Cobrar e ajudar, as duas coisas andam muito juntas.

Como é trabalhar com o mercado de Internet na América Latina e principalmente no Brasil?

É muito bacana, é viciante, porque é um mercado muito dinâmico, em crescimento, que a todo momento apresenta novos desafios e há sempre novas empresas entrando no mercado, assim como novos competidores aparecendo a todo o momento; e você precisa estar à frente dessa competição. Então, é um mercado que está sempre te puxando muito e te obrigando a estar muito ligado.

Quais são as tendências para esse mercado?

Acho que vamos continuar vendo muito crescimento, e temos uma coisa que ainda é muito pequena e vai se transformar cada vez mais em uma realidade que é o mercado de móbile, celular. Acredito que as novas fronteiras de crescimento vão vir muito deste mercado. Mas acho, também, que com o próprio computador, como os netbooks (que são os laptops pequenos), os tablets e o Ipad, a tendência é que a gente esteja cada vez mais conectado 24/7 e com isso, a gente esteja vivendo a Internet.

Acredito que um desafio que as empresas têm nesse momento é entender as mudanças na forma como nós usuários utilizaremos a Internet com esses novos devices. Porque na prática, como são devices com telas menores e características distintas, certamente a forma como navegaremos neles será diferente da forma que navegamos na Internet no computador. As empresas têm esse grande desafio nos próximos anos.

Você acredita que o mercado do Brasil fica ainda muito distante do mercado do primeiro mundo, como Estados Unidos?

Não, principalmente o Brasil – já que os outros países, como te falei, estão em uma etapa de amadurecimento diferente – é extremamente moderno do ponto de vista como o internauta navega; o brasileiro, por exemplo, é o internauta que mais navega em horas no mundo, segundo informações dos reports, além de extremamente ávido por novidades e de experimentar as coisas muito rapidamente. O Brasil pode ser um excepcional país para a gente experimentar as novidades, e temos feito isso aqui no Yahoo!, buscado defendê-lo como um país plataforma de experimentações.

Quais são os planos profissionais futuros?

Confesso que agora estou muito focado em desenvolver o meu momento aqui no Yahoo! da América Latina. Tenho uma característica de empreender, então isso pode ser uma coisa que no futuro eu vá olhar, mas no momento estou muito focado no meu atual cargo.

Você teria alguma mensagem final para nossos leitores?

Uma mensagem bacana que posso deixar, até para alinhar com o trabalho que a Catho Online faz, é que a Internet está expandido as fronteiras cada vez mais, e hoje os profissionais têm tantas oportunidades de construir redes através dela e de buscar novas oportunidades, que se ele não estiver fazendo isso, está devasado. E a Catho Online é obviamente um bom exemplo disso.

Fonte: Carreira e Sucesso

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