RIO - Alvo de críticas durante sua visita de cinco dias ao Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mais uma vez, nesta segunda-feira, a capacidade do Brasil de participar do processo de negociação de paz na região. Além de criticar a Organização das Nações Unidas (ONU), Lula, que esteve na semana passada em Israel, na Cisjordânia e na Jordânia, justificou sua posição "pela boa relação que mantém com todos os países e com todas as facções políticas do Oriente Médio".
- Na medida em que a ONU não cumpre esse papel, existe um vácuo, ou seja, todo mundo fala sobre a crise do Oriente Médio, mas ninguém resolve. O Brasil está tentando dar a sua contribuição, a partir do instante em que as pessoas confiam no Brasil - afirmou em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente".
O presidente rebateu as críticas de que o governo brasileiro estaria se envolvendo no processo sem ter sido convidado.
- Não é que o Brasil queira se meter na discussão - justificou, acrescentando que tanto Israel como Autoridade Palestina e Jordânia "querem" a contribuição do país para favorecer o diálogo. - O Brasil só pode se meter na crise do Oriente Médio se o Brasil for convidado. E o Brasil foi convidado por Israel, foi convidado pela Jordânia, foi convidado pela Palestina, para tentar contribuir.
Lula lembrou que o Brasil abriga, atualmente, colônias com cerca de 200 mil judeus e 10 milhões de árabes "que vivem em harmonia". Segundo ele, esse é o exemplo a ser levado para o Oriente Médio. O presidente voltou a se mostrar otimista em relação ao processo de paz na região.
- Não acredito em coisas impossíveis. Acredito em coisas difíceis. E, para resolver as coisas que são difíceis, a política precisa estabelecer política de diálogo, de conversações, de entendimento. Não existe nada nesse mundo que não seja consertado. A gente pode dar uma contribuição enorme para a paz no Oriente Médio - reforçou.
O presidente declarou que a viagem da última semana ao Oriente Médio também tinha o objetivo de estreitar as relações comerciais com os países visitados e negociar um tratado com a Autoridade Nacional Palestina e a Jordânia nos moldes do acordo estratégico entre o Mercosul e Israel.
- Nós não fomos ao Oriente Médio discutir apenas o problema de paz no Oriente Médio. Nós fomos ao Oriente Médio discutir a relação Brasil-Oriente Médio, Brasil-Israel, Brasil-Palestina, Brasil-Jordânia... para nós, interessa aumentar o comércio entre o Oriente Médio e o Brasil, Oriente Médio e o Mercosul.
Fonte: O Globo
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