quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Polícia investiga óbito de três bebês e uma gestante em partos feitos por estudante

Luiz Ernesto Magalhães e Vera Araújo

RIO - A polícia vai fazer um levantamento dos partos realizados este ano no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, em que tenha havido morte da parturiente ou do bebê. No domingo, foi preso na unidade o falso médico Silvino da Silva Magalhães, de 41 anos , que cursava o 9º período de Medicina da Universidade de Nova Iguaçu (Unig).

Depois da divulgação da foto do falso médico Silvino da Silva Magalhães, de 40 anos, que atuava como obstetra e ginecologista no Hospital das Clínicas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, proliferaram as denúncias de pessoas que foram atendidas por ele. Pelo menos três bebês e uma gestante morreram, somente este ano, segundo o delegado-adjunto da 54 DP (Belford Roxo), Antônio Silvino Teixeira, durante os partos feitos por Silvino, estudante do 9 período de Medicina da Universidade de Nova Iguaçu (Unig). Em dois dias, sete vítimas do médico procuraram a delegacia.

- Com certeza, houve negligência médica. As famílias confirmaram que foram atendidas pelo falso médico, que fez os partos no hospital. Quando os bebês morriam, quem comunicava o óbito era um dos donos da clínica, o doutor Deodalto (o médico José Ferreira Deodalto). Era ele quem assinava os atestados, uma forma de preservar o estudante. Isso já demonstra a cumplicidade entre os dois - avaliou o delegado.

Segundo o delegado de Belford Roxo, entre os casos que chegaram à delegacia, um dos mais graves foi o de Lucimar de Paula Dias, de 33 anos, que morreu durante o parto, em 9 de maio deste ano. A criança também não sobreviveu. Ao ver a foto do falso médico, o marido dela, o vigia André Souza Carvalho entrou em choque. Segundo o depoimento de André, o falso médico teria dito que a mulher dele morreu vítima de eclâmpsia, embora ela nunca tivesse tido problemas de pressão alta.

- Pelos depoimentos que já colhemos, ficou claro que o dono do hospital apagava os rastros do universitário. Em um dos relatos, uma mãe que perdeu o filho contou que só conheceu o Deodalto no dia em que ele foi lhe dizer que a criança tinha morrido - disse Teixeira.

Fonte: O Globo

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