quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Comida está mais cara

Carne teve aumento de 7,38% no último mês, encarecendo o custo da cesta básica do Recife, segundo informações do Dieese


Após três meses de queda, o preço da cesta básica do Recife voltou a subir em setembro, com alta de 2,11%. Com isso, o recifense precisou desembolsar R$ 3,98 a mais para adquirir os alimentos considerados essenciais, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O vilão da cesta básica, desta vez, é a carne que subiu 7,83% no último mês e já acumula alta de 12,82%, desde o início do ano. O aumento pesa no custo da cesta, já que a carne representa 30% do valor total. Outros itens que encareceram foram o óleo de soja (7,87%), a banana (3,05%), o pão (2,77%), o café (2,50%) e o açúcar (2,20%). O feijão sofreu uma redução de 1,49%, mas a tendência é que o produto tenha reajustes positivos nos próximos meses.

Os preços da carne e do pão aumentaram em 15 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. "No caso da carne, ainda registram-se efeitos da crise financeira internacional que fez com que os produtores, em primeiro momento, reduzissem a quantidade de matrizesreprodutoras", afirma a a supervisora técnica do Dieese em Pernambuco, Jackeline Natal. A retomada do consumo mundial somado à demanda interna e o agravamento da seca nas regiões produtoras resultaram na redução da oferta do produto, elevando os preços. O maior reajuste da carne, que acumula alta de 12,82%, aconteceu no último mês, quando subiu 7,83%. Com isso, o valor médio pelo quilo, que estava em R$ 11,74, saltou para R$ 12,67. "É um aumento que pesa no preço da cesta básica, porque a carne representa cerca de 30% do seu custo total", explica Natal.

Já o pão, cujo preço por quilo subiu de R$ 5,41 para R$ 5,56, está sendo pressionado pelos altos preços do trigo no mercado internacional. Mesmo problema ocorreu com o valor do café - o quilo passou de R$ 9,33 para R$ 9,58 - que tem sido influenciado pelo aumento da cotação internacional do produto devido ao final da colheita no Brasil e a problemas na qualidade e logística do produto na Colômbia. O açúcar sofreu reajuste de R$ 0,04 no preço do quilo, ficandoem R$ 1,86. Para se ter ideia, no mesmo período do ano passado, o produto custava R$ 1,70. "Apesar de já estarmos na safra do produto, verificamos constantes aumento de preços", relata a supervisora técnica do Dieese. Isso se deve à valorização do produto no mercado mundial, em função de problemas climáticos em diversos países produtores. Em agosto, segundo levantamento do Cepea-Esalq (USP), o Brasil foi o único fornecedor mundial de açúcar.

O óleo de soja registrou alta de 7,87% por causa do aumento da demanda mundial e da redução dos estoques nacionais do produto. "No entanto, é possível que esta alta não se sustente em função do início da colheita no Estados Unidos, cujas estimativas apontam para recorde histórico, tanto com a ampliação da área plantada quanto pelas condições climáticas favoráveis", analisa Jackeline Natal. A banana acumula alta anual de 25%, mas os preços começam a recuar a partir deste mês, por causa do início da safra.

Já o feijão, que acumula aumento de 48,87%, deu uma trégua no último mês com redução de 1,49%. Mas a tendência é de alta. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Feijão e Legumes Secos (IBRAFE), a demanda por feijão deve superar a oferta, devido aos efeitos do La Niña. Há estimativas de perda de 30% a 40% da produção.

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