domingo, 17 de outubro de 2010

TSE explica os dispositivos de segurança da urna eletrônica

Thais Lobo

RIO - Peça-chave no processo eleitoral, a urna eletrônica ainda desperta desconfiança dos eleitores. Para tirar as principais dúvidas sobre as medidas de segurança utilizadas no equipamento, o site do GLOBO conversou com o secretário de tecnologia da informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino.

A cada eleição, são desenvolvidos pelo próprio TSE cerca de 40 programas a serem utilizados no processo eleitoral, sendo que metade é criada exclusivamente para o funcionamento das urnas eletrônicas. Os softwares ficam, então, disponíveis 180 dias antes da eleição para a verificação dos partidos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público.

No final deste período, há a cerimônia de lacre dos sistemas eleitorais, onde representantes dos partidos, o procurador-geral da República, e os presidentes do TSE e da OAB assinam conjuntamente os programas. Uma cópia do software é guardada na sala-cofre do TSE, e outras 27 cópias são enviadas aos TREs para efetuarem as cargas nas urnas. ( Saiba mais sobre a urna eletrônica )

Os programas eleitorais só funcionam nos computadores da Justiça Eleitoral e são ativados por senhas geradas pelo TSE. Dessa forma, mesmo que os sistemas sejam interceptados, não há possibilidade de instalação dos arquivos em computadores externos.

- A assinatura digital garante basicamente duas coisas: a autoria e a integridade dos programas. É uma espécie de blidagem. Se houver qualquer alteração no programa, é preciso que todos assinem novamente. A própria urna verifica as assinaturas e, se por acaso houver alguma alteração no software, ela não funciona - explicou Giuseppe Janino.

Como o sistema também é desvinculado de redes de comunicação, não é possível acessar os dispositivos internos. A urna tem ainda lacres físicos que vedam o acesso ao dispositivo de memória.

A votação é acompanhada ainda nas seções eleitorais por fiscais do TSE e membros dos partidos. Quando a eleição é encerrada, a urna eletrônica emite um boletim em papel que contém o número da seção e os votos dos eleitores. Os relatórios são distribuídos para representantes dos partidos na seções, afixados no local de votação e transmitidos para a totalização dos votos. Estes boletins são criptografados e só podem ser lidos pelo computador que faz a totalização.

Desde 2002, o TSE realiza ainda uma votação paralela em pelo menos três sessões de cada estado, que são sorteadas na véspera do pleito. A votação é realizada, então, no TRE no mesmo dia e hora do pleito oficial e o voto de cada eleitor é filmado e digitado em um sistema em separado. O objetivo é mostrar que o que foi digitado no teclado da urna corresponde realmente à escolha do eleitor.

Nestas eleições, a novidade será a identificação biométrica. Cerca de 1.200.000 eleitores vão votar pelo sistema em 60 municípios de 23 estados. A expectativa do TSE é que em oito anos o processo esteja em todo o país.

- O processo eleitoral não está somente concentrado na urna. Há um conjunto de procedimentos e dispositivos de segurança encadeados que compõem o processo automatizado de apuração de votos e tornam a fraude inviável - disse Janino, lembrando que em novembro foi realizado um teste de segurança nas urnas e nenhum dos potenciais hackers conseguiu passar da primeira barreira.

Fonte: O Globo

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