Caio Lauer
Empresária de sucesso na área de comunicação e marketing, Nancy Assad lidera a NA Comunicação Consultoria, focada no atendimento de corporações. Com experiências anteriores na área de comércio exterior em grandes companhias, Nancy trouxe para o Brasil os seus conhecimentos nas organizações internacionais para inovar no ramo da assessoria de imprensa.
Em entrevista para o Carreira & Sucesso, ela conta como é atuar no segmento há mais de 15 anos, relata como construiu sua trajetória profissional e mostra porquê é importante para as empresas absorverem conceitos como sustentabilidade e responsabilidade social.
Boa leitura!
Você não iniciou sua jornada na área de comunicação. Qual sua formação acadêmica?
Tive como formação original comércio exterior. Mas o exercício da atividade acabou se tornando extremamente burocrática para mim, que sou uma pessoa dinâmica e que gosta de agregar valor ao mundo.
Resolvi fazer pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas, em Marketing, e depois fiz um curso especial de comunicação aliada à responsabilidade social na Escola de Comunicação e Artes da USP.
Como ingressou no mercado da comunicação e marketing efetivamente?
Por conta do comércio exterior, eu trabalhava muito fora do Brasil, na Deltec de Nova Iorque. Como fiquei um grande tempo fora do país, fiz um curso de comunicação empresarial nos Estados Unidos. Percebi que aqui no Brasil não se aliava a comunicação institucional ao marketing – não como algo pejorativo, mas como atender realmente a necessidade e expectativa do consumidor.
Trouxe esse conceito para cá, mas ainda trabalhava em uma multinacional – inclusive trabalhei em dois grandes grupos, o Rhodia e o Deltec. Essas empresas, embora altamente focadas em resultados, integravam um conceito humano na comunicação. Por exemplo, em todos os escritórios da organização havia plantas, objetos de decoração que relacionavam o ser humano e quando transmitiam esse conceito de comunicação – aquilo que o público esperava –, eles integravam a sociedade como uma empresa participante desse todo.
Nessa época, no Brasil estava iniciando o conceito de responsabilidade social. Realizei um trabalho em uma comunidade muito pobre, em São Paulo, no bairro de Pirituba. Vi que aquelas pessoas, embora muito simples, tinham como princípios e valor de vida algo muito importante: fazer o bem comum. Juntei tudo isso e iniciei um trabalho de comunicação por resultados, onde são conciliados os interesses da companhia e do consumidor final para atingir um bem comum; sem deixar de lado o lucro e os resultados.
Você assumiu a diretoria de comunicação e marketing de uma multinacional em 1994. Como foi essa passagem?
Quando retornei ao Brasil, a Deltec me nomeou como diretora da área. Nesse período, conquistei muitos prêmios e menções honrosas referente a valores que agreguei como executiva para a sociedade. Para citar algumas instituições: Associação Comercial, Associação dos Músicos, Prefeitura de São Paulo e Secretaria do Governo.
Quando resolveu montar sua própria empresa?
A empresa, na verdade, já existia e foi fundada em 1995. Tive um sócio, mas assumi de corpo e alma, e ano a ano tive sucesso. Isto foi em 2004. Há 15 anos, eu trabalhava em uma assessoria de imprensa que era considerada uma das 20 melhores do país. Nessa oportunidade, fiz o Projeto Taipas que visava a arte de grafite e a revitalização de um coreto, com a participação do governo e o povo local.
Ao contrário do que essa assessoria previa, fiz um novo release, coloquei os telefones da minha casa e fiquei de plantão para retorno da mídia. Resultado: o assunto foi capa do Estadão e tive a oportunidade mostrar um projeto de jardinagem naquela comunidade com menores infratores, que é uma criação minha.
Após esse fato, resolvi montar a minha própria empresa para apresentar como a comunicação e a responsabilidade social poderiam andar juntas, agregando resultados para as empresas que apoiassem causas.
Qual é o foco de atuação da agência?
Começou com a responsabilidade social, pois eu estava muito comovida com a necessidade humana do tema. Fui convidada por grandes grupos como Schering e Bayer para trabalhar com conteúdo que visasse o bem comum de várias classes. A empresa foi se formatando conforme as solicitações do mercado. Hoje, é uma consultoria que trabalha com exclusividade para determinados segmentos para relacionamento com a mídia – pois sou contra assessoria de imprensa. Identificamos a necessidade de um veículo da mídia ou jornalista, e sempre buscamos uma fonte para entrevista.
Temos também a área de soluções e conteúdo, onde temos um banco de dados imenso e bem atual, e disponibilizamos tanto para a mídia quanto para nossos clientes.
Já na área de responsabilidade social, desenhamos os projetos de organizações que tenham relação com os interesses da comunidade a sua volta e a sociedade de modo geral. Elas também têm de estar ligadas a filosofia empresarial.
O último segmento é o “media training”. Como entender que o jornalista tem como profissão uma filosofia de extrair do entrevistado informações para interesse da sociedade. Há como conciliar, muito bem, o interesse do veículo de comunicação, com a empresa, conjugando com a sociedade.
Você tem duas obras lançadas. Uma sobre media training e outra sobre a comunicação como gestão de mudanças nas corporações. Porque resolveu abordar esses temas?
O primeiro livro que fiz foi o “Media Training – Comunicação Eficaz com a Imprensa e a Sociedade”, que traz conceitos inovadores de que as empresas não possuem mais gestores, e sim líderes, que devem ultrapassar os seus próprios interesses e saber quais são os interesses da sociedade. Trabalho também, nesta obra, a questão da comunicação interna que é aonde se inicia a criação das informações que serão relevantes para o público externo. A internet e as redes sociais fazem parte deste contexto do novo líder, que é “transpessoal”, pois não se preocupa com seus interesses.
Minha segunda obra (As Cinco Fases da Comunicação na Gestão de Mudanças) surgiu de um questionamento referente à crise econômica. Pensei: o mundo vai acabar, pois temos crises financeiras, energéticas, alimentares, hídricas, mas, principalmente, existencial. O livro passa ao leitor o que temos de fazer para, por meio de conhecimento e mudanças realizadas, promover a sustentabilidade. Fui desenhando esse livro em um momento de crise particular existencial também e estava em uma fazenda. Em um dos dias, vi uma borboleta e ela me trouxe uma informação muito importante: como é que podemos preservar a flor, que é essencial a borboleta, o inseto que é fundamental a natureza, e com isso, conservar as relações humanas que são baseadas na ecologia do ser e da comunicação.
Fonte: Jornal Carreira & Sucesso
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.