quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Novo atlas nacional do IBGE destaca questão ambiental

RIO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta terça-feira a nova edição de seu "Atlas Nacional do Brasil Milton Santos", que faz um retrato geográfico do país sob os mais variados ângulos, do político ao econômico, passando pelo físico e ambiental. A crescente importância de temas como a ação do homem no meio ambiente e energias renováveis é refletida pela publicação, que traz informações que vão desde o avanço da cadeia produtiva do agronegócio sobre a Amazônia e o Cerrado à localização de locais propícios para a exploração de energia solar e eólica.

- O valor estratégico do território brasileiro se amplia sobremaneira pela possibilidade que oferece de enfrentar preocupações mundiais sobre a escassez de energia e o aquecimento global - escreve Bertha Becker, professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do Laboratório de Gestão do Território (LAGET/UFRJ), que assina a introdução ao atlas. - O país pode continuar dispondo do petróleo e da hidroeletricidade por décadas e, simultaneamente, avançar na agroenergia para produção de biocombustíveis, e tem excepcionais possibilidades na "era do sol/vento" que se configura em substituição ao petróleo, com base na energia solar fotovoltaica e na energia eólica - considera.

Segundo o IBGE, só as unidades de conservação federais já cobrem mais de 8% da superfície do Brasil, ainda assim longe dos 17% de cobertura de áreas protegidas acertadas para 2020 na 10ª Conferência das Partes da Convenção de Biodiversidade da Organização das Nações Unidas, realizada em Nagoia em outubro. A riqueza da fauna e da flora brasileiras, assim como os serviços ambientais prestados principalmente pela Floresta Amazônica são outros potenciais estratégicos ainda pouco explorados pelo Brasil, destaca Becker.

- O valor estratégico do território não se esgota nessas possibilidades. Reside também no potencial de futuro que oferece - avalia ela. - É o caso da extensa área de floresta ombrófila densa da Amazônia, ainda em grande parte conservada à espera de uma revolução científicotecnológica capaz de utilizar sua riqueza natural sem destruí-la. É o caso, também, da Amazônia azul, território marítimo cujas riquezas em fauna, flora e minerais, à exceção do petróleo já utilizado, ainda precisam ser conhecidas.

Fonte: O Globo

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