quinta-feira, 31 de março de 2011

Moradores de Friburgo dizem que ausência de prefeito retarda projetos de reconstrução

RIO - “Depois que o Pezão foi embora, colocaram o pezão no freio”. A frase do dentista Carlos Eduardo Thuler, morador de Nova Friburgo, resume a sensação nas ruas da cidade, que vem enfrentando um vácuo político, dois meses e meio após a enxurrada de janeiro que devastou margens de rios e encostas. Com o prefeito eleito, Heródoto Bento de Mello, de 87 anos, afastado por motivos médicos desde setembro e o prefeito em exercício, Dermeval Barboza Moreira Neto, de férias nos Estados Unidos, o presidente da Câmara dos Vereadores, Sergio Xavier, (PP), assumiu interinamente o cargo. Segundo moradores, após autoridades como o vice-governador Luiz Fernando Pezão terem saído da cidade, nada mais foi feito para recuperá-la.
A crise política, que já existia antes da tragédia, se agravou com a catástrofe. De acordo com o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Friburgo, Cláudio Verbicário, a falta de um comando político prejudica os projetos de médio e longo prazos visando à reconstrução do município:

— Há questões que só podem ser resolvidas pela prefeitura, como a avaliação dos imóveis interditados, as obras de contenção e, principalmente, a chegada de verbas prometidas, como o dinheiro dos empréstimos do BNDES para micro e pequena empresas. A crise política, que já existia antes da tragédia, se agravou com a catástrofe.

Cláudio destacou que muitas indústrias atingidas pela enxurrada permanecem fechadas.

— Precisamos de um condomínio industrial para as empresas que tiveram suas sedes afetadas. Temos também trabalho de contenção para fazer, obras que chegam a quase R$ 1 bilhão, e o município não tem condições de realizá-las sozinho. Tudo isso, incluindo as habitações que precisam ser construídas, requer ajuda dos governos estadual e federal. Mas, sem um prefeito à frente, nada vai acontecer.

— As pessoas não estão vendo nenhuma obra de recuperação. Só caminhões tirando lama das ruas. Nem mesmo os bueiros foram limpos. Qualquer chuva, mesmo fraca, inunda a cidade — conta o dentista.

Fonte: Extra On Line

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