Barra Mansa
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Fundação de Cultura e a Secretaria de Educação estão em parceria com a vice-prefeita Ruth Coutinho, a Ruthinha (PV), planejando o primeiro Festival de Jacaré de Barra Mansa e região. A ideia é aproveitar a criação de jacarés que já existe na Fazenda Bonsucesso, em Amparo, e fomentar a cultura da utilização da carne e do couro do animal como forma de atividade econômica para o distrito barramansense.
Conforme explicou Ruth Coutinho, Amparo faz divisa com a região de Conservatória, em Valença, e, por estar próximo de um local já famoso pela música, o festival poderia não só contribuir com a permanência do turista como dar a ele outros motivos para permanecer no local e, consequentemente, visitar Amparo.
- O objetivo é estabelecer em Amparo a cultura do turismo ecológico e cultural. A fazenda cria os jacarés dentro das normas estabelecidas pelos órgãos responsáveis e ainda promove a preservação ambiental. O proprietário é muito ligado à natureza, e foi conversando com ele que tivemos a ideia de fomentar o turismo ambiental - contou Ruthinha.
Embora ainda espere uma verba do Ministério do Turismo - que já foi solicitada -, a vice-prefeita lembra que a proposta é estabelecer a data do festival para a primeira semana de agosto. Segundo ela, o prefeito Zé Renato (PMDB) se animou com a ideia e pediu que o projeto fosse levado adiante.
- O prefeito gostou da iniciativa e da possibilidade de darmos a Amparo uma cara turística e envolvendo a comunidade. Estamos dispostos a angariar fundos não só com o Ministério do Turismo, mas também com a iniciativa privada - disse ela.
Atividades diversas
O festival deve ocorrer na praça da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, com visitação à fazenda e também a outras construções históricas do distrito.
- O festival seria como uma feira com várias barracas, vendendo produtos artesanais e pratos feitos com a carne de jacaré. Além disso, a Secretaria de Educação envolveria os estudantes do local para que entendessem um pouco sobre a preservação do jacaré, da natureza e soubessem a respeito da história do animal, inclusive em Amparo - disse.
O projeto do festival pretende atrelar todo o artesanato local ao animal, seja através da utilização do couro ou da simbologia do jacaré. Até mesmo as confeitarias e a padaria do distrito estariam envolvidas, assim como as bordadeiras, confecções de bolsas e toda a população.
- A padaria teria pães produzidos em formatos de jacaré, as mulheres confeccionariam bolsas com o couro, o artesanato faria jacarés de lembrança e a carne seria comercializada em quitutes e salgados. Tudo seria em prol do festival, assim como acontece em Paty do Alferes com o Festival do Tomate, por exemplo - contou.
Além da comida e exposições artísticas e de artesanato, o festival deverá trazer, segundo Ruthinha, apresentações musicais e culturais. Além disso, uma série de outros espetáculos devem incrementar o festival, que deve ter duração de três dias. Vale lembrar, que outros pratos além dos produzidos com carne de jacaré também vão compor o cenário gastronômico.
Fazenda seria polo de visitação e conscientização ambiental
O proprietário da Fazenda Bonsucesso, Gleen Collard - e que trabalha com a criação de jacarés em Amparo desde 2005 - é veterinário, e uma de suas preocupações é fomentar a cultura e economia local de forma, segundo ele, a preservar o meio ambiente.
- Hoje temos na fazenda um museu que conta a história do réptil e seu ciclo de vida. A intenção é fazer com que as pessoas e as crianças se interessem pela natureza e sua exploração saudável - contou ele.
- Com a criação do festival, além de comer a carne e comercializar o couro - que hoje pouquíssimas pessoas têm acesso -, os visitantes poderão ver de perto a criação do animal, suas condições de vida e entender o equilíbrio e preservação ambiental - acrescentou.
Collard explicou que fazenda tem autorização para criação e abate dos animais, que são repostos de acordo com seu ciclo de vida natural. Lá existem, hoje, pouco mais de mil jacarés da espécie papo-amarelo, que são criados de acordo com o que estabelece o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais). Além disso, o abate é feito dentro de condições sanitárias exigidas para a manutenção e manuseio da carne de forma saudável, e todo o processo é acompanhado - segundo o proprietário - por inspeção federal.
Fonte: Diário do Vale
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