Liana Melo (economia@oglobo.com.br)
RIO - A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou praticamente estável em julho, com alta de 0,16% em relação ao mês anterior, taxa bem próxima à variação de junho (0,15%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Mas a estabilidade não foi suficiente para frear a escalada da taxa acumulada em 12 meses, que chegou a 6,87%, a maior desde junho de 2005, ante 6,71% registrados em junho.
No ano, a inflação acumula alta de 4,04%, bem acima da taxa de 3,10% relativa a igual período de 2010.
- Apesar das taxas de junho e julho terem sido bastante semelhantes, o perfil da inflação destes dois meses é bastante diferente. A inflação de julho está bastante pressionada pelos combustíveis, sobretudo o etanol - explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços.
Segundo ela, "a gasolina tem um peso relevante no cálculo do IPCA e é também um ítem importante na cesta básica das famílias".
- O peso da gasolina é de 4,03% na composição do IPCA. Em 2011, a gasolina está pressionando a inflação e já acumulou alta, de janeiro a julho, de 6,30% este ano, enquanto em todo o ano de 2010, a gasolina acumulou uma alta de 1,67%.
Ainda segundo Eulina, os grupos dos não alimentícios, pressionado especialmente pelos combústíveis, aumentaram mais do que os alimentícios: 0,31% de alta em julho contra uma queda dos preços de -0,34% dos alimentos.
- Ainda que o preço dos alimentos tenha caído 0,34%, a queda foi imperceptível para o consumidor.
Outras altas importantes no IPCA foram os salários dos empregados domésticos, ônibus interestadual, conserto de carros e passagem áerea. No acumulado do ano, viajar de avião já ficou 13,30% mais caro.
- Apesar da queda dos preços dos alimentos em julho, no acumulado do ano os alimentos já acumularam alta de 2,77% nestes primeiros seis meses do ano, ainda assim ficou ligeiro abaixo dos 3,74% acumulado no mesmo período de 2010.
As pressões esperadas para agosto são o aumento das taxas de água e esgoto no Rio, 8,8%. Além de taxi, em Salvador, de 8,8%, que entrou em vigor 14 de julho. E também a perspectiva de alta nos preços dos cigarros, que, com a mudança do regime tributário, terá uma alta no peso do imposto de 60% para 81%.
Fonte: O Globo
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