terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Escola pública de SP joga no lixo e queima dezenas de livros

SÃO PAULO - Uma escola estadual de Bauru, a 323 km de São Paulo, jogou livros no lixo e colocou fogo, incluindo alguns clássicos. A ação foi descoberta pelo fotógrafo João Roberto Alcará, na manhã de quarta-feira diante da Escola Estadual Ernesto Monte. Ele ficou indignado ao flagrar livros antigos no lixo e queimados do lado de fora da escola. Segundo ele, dezenas de títulos estavam sendo colocados em sacos de lixo e jogados em uma caçamba.


- Eu estava passando pelo local entre 11h e meio-dia e vi uma movimentação estranha de pessoas saindo (por um dos portões) da escola carregando pilhas de livros. Uma grande quantidade deles foi deixada na calçada, e muitos outros foram jogados dentro de uma caçamba. Vários deles foram queimados - contou Alcará ao Jornal da Cidade de Bauru.

Alcará diz que perguntou aos funcionários o motivo de os livros estarem sendo descartados, mas todos se esquivaram.

Além de fotos, o fotográfo resgatou um livro, "A escola dos Robinsons", de Júlio Verne. A edição é de 1938, mas o livro, como consta em registro feito a mão, é "oferta do sr. Antonio Garcia", datado de 1939. O livro tem carimbo e o cartão da biblioteca da escola.

A escola não explicou o motivo de os livros terem sido jogados fora. Os funcionários receberam orientação de que os jornalistas não poderiam entrar na escola e que deveriam procurar a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação em São Paulo.

A diretora estadual da Apeoesp em Bauru, Suzi da Silva, disse que, apesar de não conhecer o conteúdo dos livros, acredita que o ideal seria doar para outra escola os que ainda estiverem em bom estado.

- Vemos com certa frequência o governo comprando uma grande quantidade de livro e as escolas não têm mais onde colocá-los. Então, para arrumar um lugar para armazenar os novos, acabam descartando os que já têm - afirmou Suzi.

A Secretaria de Estado da Educação determinou que a Diretoria de Ensino de Bauru crie uma comissão de supervisores para que seja apurada a responsabilidade e tomada as medidas cabíveis.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.