quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Marcopolo prevê produção de 24,7 mil ônibus em 2010

Por Sandra Hahn


Porto Alegre - O crescimento de produção estimado pela Marcopolo para 2010 terá três vertentes principais: o mercado interno, a entrada em operação de uma unidade no Egito no primeiro trimestre e o aumento de produção na Índia. A companhia espera produzir 24,7 mil ônibus no Brasil e exterior no próximo ano, ante 21 mil unidades previstas para 2009. A receita líquida deve alcançar R$ 2,55 bilhões, ante R$ 2,3 bilhões definidos como meta este ano.

Da produção total esperada, o Brasil deve responder por 14,9 mil unidades. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prorrogou, até 30 de junho de 2010, a vigência do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que financia ônibus com juros fixos de 7% ao ano. Além da oferta de financiamento com condições atrativas, a prorrogação das concessões de linhas interestaduais de transporte - decidida em novembro pela ANTT - também vai melhorar a demanda do setor, observa o diretor de relações com investidores da Marcopolo, Carlos Zignani. A indefinição sobre a eventual prorrogação ou o lançamento de nova licitação das concessões atrapalhava o planejamento dos operadores de transporte de passageiros.

Entre as 9,8 mil unidades que devem ser fabricadas no exterior, o Egito deve gerar 600 veículos, enquanto a fábrica na Índia entregará o dobro em 2010. A produção na Índia é feita em associação com a Tata Motors e a Marcopolo consolida 49% do total em seu resultado. O ritmo de produção deve saltar de 6 mil em 2009 para 12 mil no próximo ano, cabendo metade à fabricante brasileira. No país asiático, a Marcopolo substituiu, com a associação, fabricantes locais que faziam a carroceria de forma terceirizada para a Tata. No Egito, a Marcopolo também incorpora 49% da produção local a seu resultado.

Ainda debilitado pela crise, o mercado mexicano deve contribuir com 1.500 unidades no planejamento da Marcopolo em 2010, que já divulgou uma parada temporária na unidade durante o primeiro trimestre para eliminar estoques. No país, os fabricantes costumam produzir antes da chegada dos pedidos, explicou Zignani, e o mercado acumulou estoques elevados. A produção prevista representará metade do ritmo habitual no México, que seria de 3.000 unidades.

A Rússia não voltará à contabilidade em 2010. A fábrica no país, na qual a Marcopolo está associada à Russpromauto, está parada e não há expectativa de retomada do mercado no próximo ano. Na Colômbia, a companhia prevê gerar 600 veículos, mesmo número que na África do Sul, enquanto na Argentina, deve consolidar 500 unidades em 2010.

Nos próximos anos, alguns eventos têm potencial gerador de negócios para os fabricantes de ônibus. Em 2012, haverá eleições municipais, que habitualmente estimulam a renovação das frotas. O Brasil tem uma frota com idade média acima de 15 anos, que deveria ser reduzida para 10 anos, na avaliação dos fabricantes. Depois disso, a Copa do Mundo em 2014 no Brasil e Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016 também devem gerar investimento tanto em infraestrutura de transporte quanto em renovação de veículos, projetou Zignani.

Volare

A Unidade de Negócios Volare, da Marcopolo, deve fechar 2009 com venda de quatro mil unidades do miniônibus, com queda ante o resultado recorde de 5.070 veículos registrados em 2008. Além dos problemas de crédito ao longo do ano, a demanda do programa Caminho da Escola frustrou os fabricantes habilitados na licitação, explicou o diretor-geral da Volare, Nelson Gehrke.

Havia expectativa de pedidos para 6,6 mil unidades entre os fabricantes habilitados, mas o volume deve ficar em até 1.700 este ano, dos quais a Volare prevê fornecer entre 500 e 600. O programa financia a renovação de frotas escolares a prefeituras e governos estaduais. As prefeituras restringiram os pedidos em parte pela queda de arrecadação no ano. Os preços licitados vigoram até fevereiro de 2010, prazo limite para fazer contratos pela licitação de 2009. Após esta data, as encomendas podem ser entregues em até 120 dias nos locais mais distantes. Uma nova licitação do programa deve ser feita entre o final de fevereiro e começo de março, mas o prazo de contratação será menor, por causa das eleições. A restrição à assinatura de financiamentos entra em vigor em julho.

Para 2010, a Volare estima produção de 4,2 mil a 4,4 mil unidades, que são fabricadas na unidade da Marcopolo em Caxias do Sul (RS). As exportações, que caíram para 5% do total em 2009, devem voltar ao patamar de 10% no próximo ano. Os pedidos de fretamento e turismo representam 40% da carteira da Volare, fatia que deve permanecer igual em 2010.

Fonte: Portal Exame

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