Mato Grosso do Sul é um estado conhecido em todo Brasil pela produção de grãos e de gado. O que pouca gente sabe é que também se investe em outras atividades.
Os produtores da região de Nova Andradina, por exemplo, estão criando búfalos. Você vai conhecer as propriedades rurais da região, que apostam na criação de búfalos. Além disso, também há um laticínio de Batayporã que já começou a produzir queijos feitos a partir do leite das búfalas.
Antônio Migliorini trocou o gado Nelore pelos búfalos há oito anos. O pecuarista de Nova Andradina é dono de um rebanho de 1 mil cabeças e apostou na mudança após uma visita a Ilha de Marajó, no Pará, tradicional na criação da espécie.
Ele pesquisou o custo do investimento e descobriu que o negócio poderia dar certo também em Mato Grosso do Sul. “Estudei junto com professores da Unesp de Botucatu e chegamos a conclusão que se você tiver 40 búfalos em uma pastagem e outro bovino qualquer os gastos são os mesmos”, conta Migliorini.
Os búfalos de Migliorini são da raça Murrah, que tem chifres mais curtos, porte médio e corpo equilibrado. O veterinário Ernest Schillings Neto, explica que os animais são vulneráveis às mesmas doenças dos bovinos, mas com algumas vantagens.
“Os búfalos são suscetíveis às mesmas doenças dos bovinos, mas eles tem maior resistência a essas doenças”, explica o veterinário.
O rebanho da região está despertando o interesse de compradores estrangeiros. Empresários filipinos vieram ao Estado no mês passado e compraram 500 fêmeas.
Eles querem apostar na produção de leite e já têm novos negócios à vista. Para isso, eles prometem voltar a Nova Andradina.
Os pecuaristas trabalham para aumentar os rebanhos enquanto aguardam o retorno dos empresários. Os peões mostram os caminhos e os búfalos seguem.
O manejo dos bubalinos também não apresenta grandes diferenças e exige apenas adaptações básicas.
“Ele não requer nada de diferente em relação ao bovino de gado de corte tradicional, a não algumas pequenas adaptações ao curral e ao tronco de trabalho.
As principais características se referem principalmente às características benéficas da raça. Esta é uma raça que se adapta praticamente a qualquer ambiente, principalmente o nosso que tem várias hidrobacias, com grande quantidade de água.
Além disso, ainda tem uma docilidade tremenda em relação ao bovino de corte”, afirma o veterinário, Thiago Amstalden Rubega.
Virgílio da Costa é tratador e o búfalo obedece o pedido dele. O animal ainda o leva para dar uma volta. Ele tinha medo do animal antes de assumir a função.
“Quando eu era pequeno e via na televisão pensava que era um macho bravo e ninguém nunca ia tirar leite daquilo. Mas é facinho, facinho”, conta.
Na propriedade de Ravízio Israel dos Santos, em Batayporã, cidade vizinha a Nova Andradina, também há criação de búfalos. O criador foi um dos primeiros da região a apostar nos búfalos e cria os animais há 37 anos.
A raça é a Jafarabade, que tem chifres mais longos e grossos e é ideal para a engorda.
“A maioria que a gente vê por aí é o Murrah, que é um gado mais leiteiro e com menos peso. Já o Jafarabade é leite, carne e mais peso”, garante o Ravízio.
Os produtores precisam cuidar da exposição dos rebanhos às altas temperaturas para a criação de búfalos dar certo na região. É comum encontrar os animais se refrescando na água quando está muito quente na fazenda de Ravízio.
A carne de búfalo tem 40% menos de colesterol, 55% menos de calorias, 11% mais de proteínas e 10% mais de minerais. A produção é negociada com um frigorífico de Nova Andradina.
O búfalo demora em média dois anos para engordar e o preço da arroba varia entre R$ 54 e R$ 56.
Fonte: Jornal Dia a Dia
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