Ana Claudia Costa, Jacqueline Costa e Extra
RIO - O chefe de investigações da 39ª DP (Pavuna), Eduardo Maia, está sendo mantido refém no banheiro da sala do delegado pelo policial Uerner Leonardo, da mesma unidade. A confusão aconteceu depois que este último não gostou da escala de serviço. Equipes de várias delegacias e o chefe do Departamento de Polícia da capital, Ronaldo Oliveira, estão no local, tentando negociar. Antes de deter o chefe, o policial tentou agarrar o delegado titular, Ricardo Vianna Castro. O refém também está armado, mas não entrou em confronto com o colega. De acordo com Ronaldo Oliveira, Uerner dá sinais de problemas psicológicos.
Eduardo Maia é mantido preso desde 13h30m desta quinta-feira. Policiais da Coordenadoria de Recursos Especias (Core) aguardam no corredor as negociações para o fim do impasse. Uerner Leonardo foi lotado na Core e na Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), antes de ser transferido para a 39ª DP.
Segundo o chefe do Departamento de Polícia da capital, Ronaldo Oliveira, Uerner estaria falando coisas sem nexo e querendo garantias de vida para se render. O policial chegou a dizer que perdeu a mãe há pouco tempo e que se sente prejudicado com sua transferência para aquela unidade da polícia.
- Não temos pressa. O importante é que todos saiam bem e que tudo se resolva da melhor maneira possível - disse Ronaldo Oliveira, acrescentando que Uerner Leonardo é um excelente profissional e que até então nunca tinha tido qualquer problema.
Segundo policiais que já trabalharam com Uerner e preferem não se identificar, no entanto, ele responderia a quatro procedimentos internos e sindicâncias por bater de frente com superiores nas delegacias em que já foi lotado. Ainda de acordo com esses colegas, ele seria da turma que entrou na Polícia em 2002.
Parentes de Uerner telefonaram para o EXTRA, informando que ele pediu a presença da imprensa no local e confirmando que ele teme ser morto caso deixe a delegacia. Uma repórter do SBT também ingressou na DP a pedido de Uerner. O Corpo de Bombeiros também já está no local.
Uerner Leonardo vai responder por cárcere privado e ameaça, podendo ser expulso da Polícia. Há pouco, ele chamou um outro policial da 24ª DP (Piedade), que é seu amigo, para ficar na delegacia. Outos policiais civis que trabalharam ou trabalham com Eduardo Maia estão indignados. Muitos foram para a 39ª DP para prestar solidariedade e tentar ajudar nas negociações.
Um helicóptero da Policia Civil pousou, no fim da tarde, numa garagem que fica nas proximidades da 39ª DP. A aeronave vai ficar a postos para o caso de haver necessidade de uma rápida transferência de algum dos envolvidos no caso.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil, em nota oficial, informou que a situação na DP não se trata de um protesto por causa da escala de plantão da delegacia, que é de 24 horas de trabalho por 72 horas de descanso.
"A 39ªDP (Pavuna) não está inserida no programa Dedic e nem há previsão de ser inserida. O policial Wesler Leonardo teve uma briga com colegas discordando do plantão que deveria tirar. Completamente fora de si, o policial acabou por fazer refém o chefe de investigação, Eduardo Maia, com quem se trancou no gabinete do delegado. No momento, o diretor do Departamento de Policia da Capital, Ronaldo Oliveira, tenta convencer o policial a liberar o refém e se entregar", diz a nota.
Fonte: O Globo
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