terça-feira, 23 de março de 2010

Taxa de juros de 41,9% para pessoas físicas é a menor desde 1994

Vivian Oswald

BRASÍLIA - As taxas de juros que os bancos cobram das pessoas físicas caíram para 41,9% ao ano no mês de fevereiro. Esta é a menor variação da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em julho de 1994. O recorde anterior havia sido batido em dezembro de 2009 (42,7%). Em janeiro deste ano, os juros estavam em 43% ao ano. Já a diferença entre os juros cobrados do consumidor final e as taxas pagas pelos bancos para captar recursos, o chamado spread bancário, caiu para 30,8%, também o menor patamar desde junho de 1994.

Depois de iniciar o ano em alta, a taxa de juro do cheque especial recuou 1,6 ponto em fevereiro, na comparação com um mês antes, para 159,5% anuais. Em 12 meses, essa taxa cedeu 7,2 pontos.

Para empresas, os juros atingiram 25,9% ao ano em fevereiro, contra 26% ao ano em janeiro deste ano, o segundo menor patamar da série histórica, perdendo apenas para piso de dezembro de 2007, quando ficou de 22,9% ao ano.

A queda da inadimplência e do spread bancário, contudo, não foram suficientes para derrubar as taxas cobradas pelas instituições financeiras em todas as suas modalidades de empréstimos. As taxas de juros médios cobradas pelos bancos em todas as operações de crédito para pessoas físicas ou jurídicas voltaram ao mesmo nível de dezembro do ano passado, de acordo com dados do BC, tendo fechado em 34,3% ao ano, contra 35,1% ao ano em janeiro.

O volume global de crédito do sistema financeiro subiu 0,8% em fevereiro, para R$ 1,435 trilhão, o correspondente a 44,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que, em geral, a queda da inadimplência e do spread acabam refletindo em queda de juros, levando os bancos a repassar a redução ao consumidor final.

A taxa de inadimplência das pessoas físicas caiu para 7,2%, o menor nível desde junho de 2008 (7%).

No entanto, o custo de captação das instituições financeiras tem aumentado em função das expectativas do mercado financeiro de que o próprio BC pode estar prestar a subir a taxa de juros básica da economia, a Selic.

- Há redução da inadimplência e do spread, mas existe uma elevação no custo da captação dos bancos, que tem mais ou menos compensado essa recuperação e deixado a taxa ao tomador final estável - disse Lopes.

Fonte: O Globo

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