sexta-feira, 2 de abril de 2010

Novo sistema nacional de venda do boi será lançado em MS

O novo sistema nacional de comercialização do gado gordo, a Bolsa de Carnes do Brasil, será lançado em Campo Grande no dia 12 de abril, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul). A iniciativa é da Comissão Técnica da Bovinocultura de Corte da Famasul e da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) e promete fazer com que as relações de compra e venda entre pecuaristas e a rede frigorífica sejam mais transparentes e com garantia de liquidez.

Nas transações na Bolsa de Carne, vendedor e comprador vão fixar o preço do produto antes dos bois serem embarcados do seu local de origem. Os frigoríficos farão o depósito de 90% do valor que fica fixado na operação, em uma conta de liquidação financeira da BBM, e somente depois dessa garantia o rebanho será liberado para o comprador. O acerto final será feito após o abate dos animais, com o repasse do valor pela conta de liquidação.

Segundo o coordenador da comissão, José Lemos Monteiro, a Famasul investiu na elaboração do projeto motivada pelos últimos acontecimentos envolvendo a falta de pagamento por parte de redes frigoríficas. “O que queremos é dar ao produtor uma oportunidade diferente de comercialização dos produtos, garantindo melhores condições de recebimento”, destaca.

Uma das conseqüências da proposta é tornar o boi uma commoditie, assim como é a soja, o milho e o etanol. O vice-presidente da BBM no Estado, Carlos Eduardo Dupas, afirma que a bolsa é capaz de fazer essa aproximação entre os dois agentes da relação, garantindo mais transparência e liquidez nas operações. “Antigamente os problemas de falta de pagamento nessas transações eram pontuais, mas de uns dois anos para cá se tornaram recorrentes. Com esta operação via BBM, ambos os lados (pecuaristas e frigoríficos) serão beneficiados”, diz.

Dupas ressalta que com a nova transação os pecuaristas terão garantia de recebimento, maior competição dos preços, haverá maior número de frigoríficos competindo e sem distinção entre os frigoríficos menores e as grandes indústrias, além de maior transparência. Os frigoríficos de pequeno porte terão mais credibilidade, regularidade de oferta e melhor gestão de compra de animais.

De acordo com a BBM, nos negócios à vista o sistema de liquidação pode ser feito na forma “Delivery versus Payment”. O negócio será realizado no sistema eletrônico, o frigorífico faz o pagamento na conta de liquidação da bolsa, após isso, o pecuarista será autorizado a entregar os animais conforme escala pré-definida pelo comprador e o pagamento ao vendedor só será feito após a remessa do laudo de abate que terá a concordância das partes.

As ofertas podem ser feitas em quantidade de arrobas líquidas de peso morto, os pagamentos pelas quantidades ofertadas e as liquidações, a partir da arbitragem do laudo de abate. Existe a possibilidade de se determinar um percentual sobre o valor total da operação, ficando o acerto final para ser ajustado entre as partes. Tanto nos negócios físicos, quanto nos negócios a termo firmados entre as partes a bolsa oferece o registro de balcão, por intermédio de corretoras associadas.

Para Dupas, o interesse que está sendo demonstrado por parte dos produtores e dos frigoríficos indica que o projeto deverá ser um sucesso, com previsão de iniciar os primeiros negócios já no próximo mês. “Este é primeiro de um dos grandes problemas da pecuária sul-mato-grossense que está prestes a ser resolvido”, conclui.

Fonte: MS Notícias

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