domingo, 2 de maio de 2010

Mudando um sistema de pessoas

* Nicolai Cursino

Em toda organização, o sucesso ou o fracasso são definidos pelo seu sistema de pessoas, e nada mais.

Se os preços não são competitivos, os produtos não são inovadores o suficiente, ou se a crise financeira diminuiu as compras dos clientes, ainda assim, todo o medo que paralisa ou todas as soluções que movem terão saído da cabeça e do coração de um grupo de pessoas. Não virão de nenhum outro lugar.

Não é novidade nenhuma de que em tempos de crise e grandes desafios, simplesmente não é mais possível que as empresas não produzam tudo aquilo que seu potencial permite. Não é mais possível que as pessoas ainda corram em diferentes direções, mostrem idéias limitadas por sua própria cultura e se arrastem todas as manhãs para um local de trabalho que não lhes desperta o menor interesse.

Você pode se lembrar de um jogo onde seu time entrou em campo sem vontade? Como foi? É pura perda de tempo, não? E tempo, meus caros, é algo que anda muito precioso para nós todos.

Quando uma empresa contrata uma consultoria para ajudá-la com o seu sistema de pessoas, tudo o que ela quer é resultados. Ela não contrata treinamentos isolados, ferramentas de gestão, avaliação, ou profissionais de coaching. Todas essas soluções podem produzir mudanças pontuais um uma área ou em pessoas isoladamente, mas se não forem integradas, provavelmente fracassarão. E se não houver um processo de mudança, correm o risco de se perderem em muito pouco tempo. Para um carro de fórmula um com os quatro pneus vazios, não adianta encher apenas um deles. Também não adianta encher se os quatro de estiverem furados.

E como então promover uma mudança generativa no sistema de pessoas de uma empresa?

Serão precisos coragem, processos de aplicação sistêmica e comprometimento.

Coragem para implementar programas de avaliação e treinamento que realmente trabalhem a verdade de cada uma das pessoas. Coragem por exemplo descobrir e comunicar pontos fracos, medos, vontades, alegrias, valores, paixões e dádivas dessas pessoas. Coragem para saber que não há mudança se não houver entrega e que não há mudança se houver controle. Quando se contrata a mudança, deve-se estar aberto a um resultado que afete inclusive a quem a contratou.

Processos para trazerem ferramentas como o Coaching e a Programação Neurolinguística Sistêmica (versão mais séria e aplicável da PNL, aplicada às mudanças sistêmicas) para orientar as mudanças de comportamentos de trabalho, fluxo de comunicação, estrutura de reuniões, geração de idéias, métodos de feedback e visão de liderança.

E finalmente comprometimento com a mudança, que é na verdade um processo e não uma soma de eventos isolados. E demanda tempo. A consultoria que causa reais transformações deve estar presente para avaliar, provocar e dar suporte ao processo de mudança do sistema de pessoas até que os resultados esperados sejam atingidos. Para garantir direção, ousadia e atitude.

As organizações estão cansadas de palestras e treinamentos isolados onde o efeito momentâneo é rapidamente engolido após algum tempo no dia-a-dia de uma empresa que ainda pensa da mesma maneira. Cansados de ferramentas que mostrem nossos comportamentos repetitivos, sem uma proposta de solução para como trabalhá-los.

Não adianta nada nosso carro de corrida começar a voar, se a pista estiver limitada a 80 km/h.

Fazemos questão de emprestar uma pergunta poderosa de Coaching e convidar você e pensar:

“Agora que você sabe o que sabe, o que você fará agora?”

*Nicolai Cursino é consultor, treinador e palestrante em desenvolvimento humano e liderança, com foco no crescimento sustentável das pessoas e das empresas. Sua atuação abrange América Latina, Estados Unidos e Europa. É sócio-diretor da Iluminatta Brasil Desenvolvimento Humano.

Fonte: Carreira e Sucesso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.