quinta-feira, 3 de junho de 2010

Como agir em uma nova organização

Caio Lauer

Seja na primeira semana do profissional na empresa, ou no término do período de experiência, o colaborador que chegou recentemente passa por uma fase de diversas adaptações e aprendizados. Nestes momentos iniciais é que os novos funcionários são mais avaliados pelos gestores, e certos erros, por menores que sejam, podem prejudicar sua imagem perante a corporação e o prosseguimento na companhia.

Depende da organização facilitar a ambientação do colaborador ou é necessária total dedicação deste profissional no dia a dia, com seus pares e gestor? Cabe à empresa a atitude de apresentar os colegas de trabalho, local onde o novo empregado irá atuar, e as ferramentas que terá que utilizar em sua rotina. Caso não haja essa boa apresentação como um todo, esse funcionário pode desgostar da corporação e causar uma má impressão de si mesmo para os companheiros que lá já estão. Em contrapartida, desde o início do processo de seleção da vaga, cabe ao profissional perceber se os valores da companhia combinam com sua conduta. Caso sejam muito diferentes, pode haver um choque desde o ingresso na empresa, e com certeza, o processo de adaptação será mais difícil.

As atitudes comportamentais podem ditar seu futuro em um novo emprego. “O novo funcionário deve ter paciência nos primeiros momentos na empresa, mesmo em situações operacionais, como ao disponibilizarem endereço eletrônico, ramal, ponto de rede e até uma mesa para trabalho”, aponta Jaqueline Mascarenhas, coordenadora do IBMEC Carreiras, instituição focada em orientação profissional. De acordo com a consultora, muitas vezes, o próprio processo seletivo da vaga é mais rápido do que todo o processo de inserção do empregado na corporação.

Quando o assunto é adaptação e iniciação em uma nova companhia, a experiência e status do profissional em uma empresa anterior servem apenas no processo seletivo da vaga. Deve-se deixar de lado qualquer tipo de soberba e indica-se tomar uma atitude humilde, pensando como se fosse o membro recém-chegado de uma família. Todo ato mais arrogante ou esnobe provavelmente criará antipatia por parte do grupo no qual esse colaborador irá conviver. “Deve-se tomar uma postura serena, buscando não ficar isolado, mas também não ultrapassando os limites que os novos colegas de trabalho impõem na relação do dia a dia”, observa Jaqueline. Alessandra Negreli, consultora da Luandre, instituição de soluções em Recursos Humanos, concorda e diz que deve-se tomar cuidado com exageros: “existem funcionários que entram e já se sentem amigos de todos na organização, e acabam perdendo a percepção do limite dos outros. A imagem dele, ao invés de se tornar positiva perante os colegas, acaba sendo prejudicada”.

Outro erro grave é infringir regras e normas no novo emprego. Por isso, é importante que, logo no processo de integração na corporação, fique muito claro o que é permitido ou não, dentro do código de conduta interno. Uma vez que o profissional tem essa ciência, deve se atentar para não ultrapassar essas barreiras impostas. A consultora da Luandre exemplifica: “se a empresa tem uma política rígida quanto a horário e atrasos, e o empregado novo já chega atrasado na primeira semana, a imagem dele com certeza será prejudicada”.

Responsabilidade da empresa

Por parte da organização, o processo de integração do funcionário, realizado pelo RH, é fundamental, pois apresenta a esse novo colaborador os limites de comportamento e atitudes na rotina de trabalho. Isso dá mais segurança de conduta à pessoa. “Os valores, missão e visão da companhia devem ser passados com clareza. Quando a pessoa conhece esses fatores, profissional e corporação começam a andar de forma alinhada”, atesta Mascarenhas.

Mas por mais que o RH execute o papel de inserir a pessoa no contexto mais abrangente da empresa, as particularidades e a adaptação da área específica de atuação serão de maior responsabilidade do líder do grupo. O gestor da área de atuação do recém chegado tem o papel do acolhimento e de mostrar todos os processos da área em que o colaborador irá atuar. É fundamental promover o entrosamento da equipe com essa nova pessoa e preparar anteriormente a equipe para o ingresso do novo profissional. “Isso é importante para barrar algum tipo de pensamento negativo dos empregados que lá já estão, como ‘será que essa pessoa nova irá substituir alguém?’”, mostra Alessandra. Ainda, para a consultora, os mais antigos podem vir a olhar para esse novo funcionário com certo negativismo se não houver preparação prévia, se não disserem por que esse profissional está ingressando na companhia.

Profissionais com mais tempo de casa, geralmente, se mostram menos receptivos aos novos colaboradores, pois podem os enxergar como uma ameaça para seu atual posto de trabalho. Porém, a conduta correta se baseia na empatia: se sentir no lugar do outro. Atitudes simples como apresentar locais para almoço e um bate papo mais informal podem ajudar o empregado que acabou de chegar a se adaptar mais rápido.

Fonte: Jornal Carreira e Sucesso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.