Sob a ótica da oferta, o destaque fica com o setor industrial, que tinha sofrido com a crise internacional
Luís Artur Nogueira, de EXAME.com
São Paulo - A expansão dos investimentos medida pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) é a grande notícia divulgada nesta terça-feira (8) pelo IBGE. Houve crescimento de 7,4% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2009, e de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado, a maior da série iniciada em 1995 (ver tabela baixo).
É importante alertar que os investimentos representam, no curto prazo, aumento de demanda, ou seja, eles ajudam a pressionar a inflação. Porém, a ampliação da oferta de bens no futuro depende da FBCF.
A constatação de que os empresários estão adquirindo máquinas e equipamentos para ampliar a produção emite um sinal de tranquilidade em relação à capacidade do setor produtivo de atender à demanda dos consumidores lá na frente. Segundo o IBGE, a taxa de investimento atingiu 18% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, superior ao índice do mesmo período do ano passado (16,3%).
Outra destaque é o consumo das famílias, que cresceu pelo quinto trimestre consecutivo. É mais uma demonstração de que o mercado interno sustentou a economia brasileira durante a crise, graças à expansão da renda e do emprego.
Do lado da oferta, o setor industrial, que tinha sido o mais atingido pelas turbulências internacionais, lidera o crescimento, com alta de 4,2% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre do ano passado, e de 14,8% na comparação com o mesmo período de 2009.
É consenso entre os analistas que a economia brasileira não conseguirá manter esse ritmo chinês nos próximos trimestres, devendo encerrar o ano com crescimento entre 5% e 7%. O dado do PIB já está sendo analisado com lupa pelos diretores do Banco Central, que se reúnem nesta terça (8) e quarta (9) para decidir o futuro da taxa báscia de juros, atualmente em 9,5% ao ano.
Fonte: Portal Exame
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