quinta-feira, 3 de junho de 2010

A pergunta não é COMO e sim QUEM

* Nicolai Cursino

Muitas pessoas me perguntam como é ter um sócio no trabalho, tendo que conviver e decidir muitas coisas juntos. Eu costumo responder que sociedade foi a melhor coisa que já me aconteceu e também a melhor coisa que já aconteceu para a trajetória de nossa empresa, a Iluminatta, da qual eu era o único dono quando foi criada.

Essa parceria significou crescimento, incentivo e abertura de novos horizontes, além de uma série de respostas às minhas limitações como líder e empreendedor. Eu me via lutando para melhorar minhas habilidades em diversas áreas da administração empresarial que não eram as minhas afinidades naturais, aprendendo conceitos e ainda assim, com resultados aquém do desejado.

E o pior de tudo isso é que no esforço para aprender e dar conta de todas as coisas novas que eu não sabia, eu não tinha mais tempo e foco, para colocar minha energia naquelas outras partes em que realmente eu sei fazer a diferença. Minha luz foi se apagando e, aos poucos, fui ficando mediano em tudo o que fazia.

Meus resultados ficaram “satisfatórios” em todas as áreas.

E francamente, quem de nós está aqui vivendo essa maravilhosa experiência da vida para ter resultados apenas “satisfatórios”?

Há essa velha discussão entre os teóricos da liderança empresarial. O que devemos fazer para construir verdadeiros líderes? Devemos ensiná-los a enxergar suas fraquezas, e em seguida, rapidamente colocar esforços para saná-las?

Para pessoas que agem sem roteiro nenhum, devemos construir o método e a rotina? Para os que seguem regras e métodos, devem passar a improvisar e a serem flexíveis?

Aos líderes inovadores demais, que vivem tendo uma idéia atrás da outra, correndo atrás de novidades e interagindo mal com os controles financeiros e burocracias empresariais, é preciso que aprendam a entrar na linha?

Aos líderes sensatos demais, planejadores, e necessitados de todos os tipos de informação atrás de informação para se lançarem em um novo projeto, calculando riscos e buscando a segurança, é preciso que se atirem no escuro?

Eu não sei o que você pensa, mas eu sei o que tem funcionado na minha vida, e graças a Deus, de vento em popa. A resposta veio em uma época onde as horas do dia não venciam para eu aprender tudo o que precisava para gerenciar a Iluminatta. Lembro-me bem quando perguntei em uma de minhas sessões de Coaching:

Como eu faço para aprender contabilidade, gestão financeira, planejamento estratégico e tudo do mais o que estamos desesperadamente necessitados neste momento?

E ele me disse uma coisa muito interessante:

Nicolai, a pergunta não é “como” aprender tudo isso, e sim, “quem” pode fazer isso por você?

E percebi que realmente não chegamos a lugar nenhum sozinhos. O mundo dos negócios é essencialmente um esporte de equipe.

E desde então eu procuro pessoas que tenham a mesma missão que temos de ajudar pessoas a empresas a realizarem seus sonhos, e que façam coisas que eu não sei fazer. E que façam essas coisas de uma maneira bem melhor do que eu jamais faria e com muito mais prazer.

E dessa maneira, enquanto cada um faz o que ama e uma coisa diferente por natureza, eu posso dedicar toda a minha energia ao que eu vim para fazer. Inspirar e criar possibilidades para um mundo melhor.

Isso me lembra aquelas imagens de templos orientais, com milhares de velas acesas umas ao lado das outras, onde parece que a chama de uma se mistura com a outra, e todas se confundem.

Em um momento não há mais necessidade de saber de onde vem o brilho, apenas de contemplar a beleza daquela luz.

E se você não consegue ver nada ao seu redor, lembre-se que para acabar com a maior das escuridões, aquela que não se enxerga nem um passo na frente do nariz, basta apenas riscar um único fósforo.

Parece confuso? Quer entender isso?

Hoje à noite, apague todas as luzes da sua casa, fique no meio do breu, e acenda um fósforo pra ter certeza.

*Nicolai Cursino é consultor, treinador e palestrante em desenvolvimento humano e liderança, com foco no crescimento sustentável das pessoas e das empresas. Sua atuação abrange América Latina, Estados Unidos e Europa. É sócio-diretor da Iluminatta Brasil Desenvolvimento Humano.

Fonte: Jornal Carreira e Sucesso

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