segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mês de julho registra mais que o dobro de queimadas

Em boa parte do Sudeste, do Centro-Oeste e do Norte e no interior do Nordeste uma grande massa de ar seco tem inibido a formação de nuvens de chuva. No fim de julho passado, diversas cidades de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, interior de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia registraram umidade do ar abaixo de 20%. Por conta desse cenário o número de queimadas disparou.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) todos os satélites disponíveis registraram mais de cinco mil focos de queimadas em todo o Brasil só no dia 26 de julho. Quase 1.500 focos foram observados em Mato Grosso, 279 no estado de São Paulo e 325 em Tocantins.

Buscando um comparativo entre os meses de anos anteriores, é necessário olhar os dados apenas do satélite NOAA 15, cuja passagem por cima do Brasil acontece todos os dias às 18h. Por conta de um outono e inverno bem mais seco neste ano, foram contabilizados 6.540 focos de queimada somente em julho.

Durante o mesmo período no ano passado, quando o inverno foi bem mais chuvoso, foram registrados menos da metade de 2010, 3.135 focos. Há cinco meses não há chuva forte em algumas cidades do noroeste da Bahia, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Apesar das nuvens carregadas na costa leste do Nordeste e entre o Pará, Amazonas e Roraima, também não foram registradas chuvas fortes nos últimos dias.

NOVA FRIBURGO

Para este início de agosto a previsão é de tempo seco na maior parte do Sudeste e Centro-Oeste. A temperatura volta a subir nos estados de São Paulo e Minas Gerais, podendo chegar a marcar 31ºC.

De olho em seu notebook, o coordenador da Defesa Civil em Nova Friburgo, Roberto Robadey, acessava o site do INPE e comemorava a situação normal na área de Nova Friburgo. As informações do INPE são divulgadas no blog da Defesa Civil local (defesacivilnf. blogspot.com), que é atualizado diariamente. Na terça-feira, 3, o risco de incêndio em vegetação (queimadas) na área de Nova Friburgo era considerado médio, com previsão para o dia seguinte de risco alto. No entanto, com a previsão de chuva para esta quinta-feira, Robadey crê que Nova Friburgo saia da área de risco de queimadas.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo agosto não é um mês considerado crítico em relação a queimadas. Em 2007, por exemplo, o início do ano foi de muita chuva e, no entanto, o pior em incêndio em vegetação por ocasião da estiagem, em setembro e outubro.

Em 2006 a estiagem durou 114 dias, entre 11 de maio e 4 de setembro, considerada normal, e em 2007, 149 dias, entre 24 de maio e 22 de outubro. Nesse ano houve recorde de incêndios em vegetação, 452, superando 2002, quando haviam sido registrados 282 focos. Segundo Robadey, 2008 e 2009 foram equiparados a 2006, considerados normais. O recorde registrado no Estado do Rio foi em 1963, com 164 dias sem chuva. E a previsão para 2010 é que seja um ano típico, com boa incidência de chuvas, diminuindo as queimadas.

Porém, em caso contrário, a equipe da Defesa Civil está preparada para apoiar o Corpo de Bombeiros no combate a incêndios em vegetação, embora o Corpo de Bombeiros atualmente esteja mais bem equipado. Para esse apoio, a Defesa Civil pode dispor de toda a frota da Prefeitura e da concessionária de água, se for preciso. De acordo com a gravidade da situação, a Defesa Civil local pode acionar os dois grupamentos de socorro florestal do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

Tranquilizando a população friburguense, Roberto Robadey acentuou que a perspectiva para o período de estiagem neste ano em Nova Friburgo é de pouca incidência de queimadas. Isto porque o mês de julho foi chuvoso. O normal é 19,7 milímetros e neste ano foram registrados 49,6 milímetros, o que é considerado atípico. “Pode até acontecer uma grande estiagem, mas eu creio que neste ano ela não será tão rigorosa. Estou otimista”, finalizou.

Fonte: MS Notícias/A Voz da Serra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.