terça-feira, 10 de agosto de 2010

PRIMEIRA MÃO: Compra direta em Nova Friburgo vai comemorar 365 dias de implantação

Programa que descentralizou sistema da merenda escolar mostra sua eficácia na rede pública municipal friburguense

“Não há falta de merenda escolar na rede pública do Município de Nova Friburgo”. Quem garante é a gestora de nutrição da Secretaria Municipal de Educação, Lucília Maria Oliva, ao explicar que são oferecidas cinco refeições diárias nas unidades de ensino locais, que há quase um ano contam com o programa ‘Merenda Direta’ - implantado a partir do decreto 182/2009, de setembro do ano passado.

Através do novo sistema, os próprios diretores das escolas adquirem os gêneros alimentícios, garantindo produtos sempre frescos, comprados no próprio comércio das respectivas comunidades e ainda injetando dinheiro na economia local.

Na manhã da última segunda-feira, 09, em visita a uma das escolas municipais, o próprio secretário de Governo, Braulio Rezende, em vistoria ao funcionamento do fornecimento da merenda escolar, não resistiu e provou do almoço, que acabara de ser preparado para os estudantes.

Depois de visitar a cozinha, conversando com as merendeiras e de ter constatado a despensa cheia - inclusive o freezer com carne de qualidade - Braulio Rezende lembrou que no início do ano passado, a realidade era outra: “a carne era estocada, vinha acondicionada em embalagens plásticas, com aspecto nada agradável”. - lamentou, destacando ainda que atualmente são servidos produtos frescos e de qualidade aos quase 20 mil alunos municipais, enquanto anteriormente o governo passado comprava legumes na Baixada Fluminense e a própria carne em São Paulo.

CINCO REFEIÇÕES DIÁRIAS:
do café da manhã ao jantar

De acordo ainda com Lucília, o sistema de compra direta pelos diretores das unidades de ensino é feita através de uma Associação de Apoio, que conta com a participação da direção, pais e funcionários, que assinam o cheque para pagar a compra e têm acesso à conta bancária.

O percentual em dinheiro destinado a cada escola obedece a um critério de levantamento per capita, que é feito por um planejamento anual, mas é revisto a cada mês, em função da grande variação do número de alunos, com base nas informações de cada direção de escola.

Com um acompanhamento criterioso, a partir do mapa da merenda, que relaciona todos os itens consumidos nas escolas, incluindo a carne, os diretores têm que apresentar relatório de prestação de contas até o dia 10 de cada mês, que passa por controle total da Secretaria Municipal de Educação, baseado nas notas fiscais e extratos das contas bancárias.

As cinco refeições diárias na rede, segundo Lucília, constam de café da manhã, por volta das 7h/7h30 (achocolatado ou café com leite; pão com manteiga ou biscoitos); colação, por volta das 9h/9h30 (suco com biscoito, frutas ou vitaminas); almoço a partir das 11 horas (quem chega para o segundo turno e quem sai do primeiro); nova colação, por volta das 14 h/14h30 e jantar, a partir das 16 horas, sendo que as unidades que tem o Ensino para Jovens e Adultos (EJA) noturno, também contam com jantar.

Segundo ainda a gestora de nutrição, todo o cardápio segue orientação do nutricionista Bruno Valverde, da rede municipal, que inclusive esta semana, encontra-se em São Paulo fazendo uma capacitação sobre ‘Alimentação em Classes de Baixa Renda’.

Ela lembra ainda que, por uma questão de hábitos saudáveis na alimentação, não é permitido a compra de salsichas, embutidos como mortadela, presuntos entre outros, nem quaisquer enlatados.

Baseado no conceito de que “a alimentação escolar é um direito da criança e responsabilidade de toda a comunidade”, o sistema atualmente investe em torno de R$ 280 mil mensais na compra de merenda para as escolas, centros de atendimento infantil (creches) e unidades da zona rural, garantindo alimentação saudável para cerca de 20 mil crianças e jovens, alunos da rede municipal.

Segundo Lucília, a boa administração da merenda tem registrado o caso de escolas em que a verba tem sobrado de um mês para o outro, possibilitando a direção que compre outros tipos de merenda, podendo assim diversificar ainda mais o cardápio.

Um exemplo no último mês foi exatamente o da Escola Municipal Francisco da Silveira, no Vale das Rosas, na qual a diretora Rosangela Neves, comemora o fato de ter economizado R$ 1.200 reais, que poderá ser investidos em novas compras de alimentos.

Morangos friburguenses
na merenda escolar

Para Lucília, ainda que a realidade de cada escola seja diferente, o balanço é extremamente positivo, antes de completar esse primeiro ano de compra direta da merenda. Ela explicou ainda que, no caso da carne, as compras continuam sendo feitas por licitação, em função do controle de qualidade, pois o produto requer inspeção federal.

Ela ainda lembrou a questão do pão. “Acabamos com o pão em pacote, que em muitos casos já chegava mofado à escola; agora, não, o diretor pode comprar pão fresco, diretamente no comércio do bairro, o mesmo ocorrendo com frutas, verduras e legumes”, disse Lucília, lembrando ainda que são respeitados os 30 por cento que devem ser adquiridos da agricultura familiar.

“Na safra do caqui, as escolas puderam oferecer o produto aos seus alunos, sendo que agora nos preparamos para comprar morango dos produtores locais”, segundo ela num trabalho coordenado juntamente com a Secretaria municipal de Agricultura.

Fonte: SECOM/NF

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