quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Açúcar não alivia a dor em bebês, mostra estudo britânico

LONDRES - Nem sempre as expressões faciais dos bebês mostram suas verdadeiras emoções, mostra matéria publicada esta semana no jornal britânico 'The Independent'. Todas as mães se baseiam nas expressões faciais de seus pequeninos para entender como eles estão se sentindo, mas um novo estudo mostra que nem sempre o sorriso corresponde à sensação de felicidade ou tranquilidade.

No teste, médicos do hospital da University College, em Londres, mediram a atividade cerebral dos bebês antes de um procedimento doloroso, como o teste do pezinho. Descobriram que, mesmo quando os nenéns não choravam ou faziam cara de dor, eles tinham uma atividade maior na área de dor do cérebro. A pesquisa é especialmente importante para quem cuida de bebês prematuros, que costumam passar por exames invasivos diversas vezes por semana até receberem alta.

Os autores da pesquisa, publicada no 'Lancet', mostraram que dar um pouquinho de água com açúcar - um antigo truque de mães e avós - pode diminuir o choro e acalmar, mas não melhora a sensação de dor. O estudo foi feito com 59 bebês. Metade recebeu uma colher de água com açúcar antes de ser submetida a testes invasivos. Em todos os pequeninos, a atividade no parte do cérebro que corresponde à dor foi a mesma.

- Percebemos que o açúcar apenas reduz as expressões faciais ligadas à dor, mas não melhora a sensação. Não é um analgésico eficaz - afirmou Judith Meek, uma das autoras do estudo. Para a médica, dar colo ou alimentar o bebê pode ser muito mais eficaz que o açúcar no alívio do desconforto.

Uma corrente de médicos acredita que o açúcar pode estimular os 'opiatos endógenos', substâncias liberadas no organismo que diminuem a sensação de dor. Porém, o novo teste mostra que não há alterações.

Até os anos 1950, médicos acreditavam que os bebês não sentiam dor porque sua consciência não estava plenamente desenvolvida. Apenas na década de 1970 é que um estudo demonstrou que os bebês reagiam e se beneficiavam dos analgésicos.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.