quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Corrida pela reeleição: 88,6% dos deputados estaduais do Rio tentam continuar no cargo

RIO - De quatro em quatro anos, o roteiro se repete: os políticos disputam uma verdadeira corrida para manter a vaga que conquistaram nas últimas eleições. A pouco mais de um mês para o pleito, o GLOBO fez um levantamento para conferir o índice de deputados estaduais do Rio que tentam a reeleição em 2010 e concluiu que manter a vaga na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) é o objetivo de 62 dos 70 deputados estaduais da atual legislatura. Ou seja, 88,6% dos parlamentares da Casa tentam novo mandato.

O deputado Olney Botelho (PDT) chegou a solicitar o registro de candidatura, mas renunciou ao pedido e, por isso, não entrou no levantamento feito pela reportagem. Ao todo, 60 deputados estaduais que pretendem seguir no cargo já tiveram o registro deferido e estão garantidos nas eleições deste ano. A deputada Inês Pandeló (PT) teve o registro de candidatura deferido com recurso e Jorge Babu (PTN), indeferido com recurso. Ambos podem fazer campanha e participar do programa eleitoral gratuito normalmente enquanto aguardam o julgamento do recurso. ( Leia também: Corrida pela reeleição: 76% da bancada do Rio na Câmara Federal fazem campanha para continuar na Casa )

Mudança da Alerj para a Câmara rende aumento de salário e benefícios

Aqueles que desistiram de manter o cargo na Alerj, se candidataram a outra vaga. Caso de três deputados estaduais que almejam uma chance na Câmara Federal. Dois deles tiveram o pedido deferido. O candidato Walney Rocha (PTB) teve o registro deferido com recurso.

A conquista do objetivo renderia não apenas uma mudança no local de trabalho - do Rio para Brasília -, mas um aumento salarial e de benefícios. Atualmente, um deputado estadual no Rio recebe R$ 12.384 por mês (remuneração bruta), além de R$ 2,7 mil por mês para compra de combustível; três mil selos por mês (o valor mais baixo é de R$ 0,60) para correspondência; R$ 3 mil por mês para ligações telefônicas; 20 cargos comissionados por gabinete, com salários entre R$ 3.765,04 e R$ 6.970,00; auxílio-moradia no valor máximo de R$ 2.250 para os deputados que residem a mais de 100 quilômetros do Grande Rio.

Já um deputado federal ganha um salário bruto mensal de R$ 16.512,09. Em fevereiro e dezembro de cada ano, os parlamentares recebem mais um salário, além do 13º. Ou seja, são nada menos que 15 salários por ano. Há ainda benefícios como R$ 3 mil por mês de auxílio-moradia - caso o parlamentar não more em um dos 245 apartamentos funcionais da Câmara, a maioria com quatro quartos, localizados nas regiões mais nobres de Brasília -; R$ 60 mil por mês para a contratação de 5 a 25 secretários parlamentares, cuja remuneração pode variar entre R$ 601 e R$ 8.040 ; cota para o exercício da atividade parlamentar para pagamento de passagens, telefone, serviço postal, combustível e divulgação, desde que seja fora do período eleitoral, entre outros gastos. Esta cota varia de acordo com o estado de origem do deputado, por conta do preço das passagens. Desta forma, os parlamentares da bancada do Rio podem gastar até R$ 26.797,65 por mês. Os deputados federais de Roraima são os que mais podem gastar: até R$ 34.258.50. Os do Distrito Federal são os que menos podem gastar por mês: até R$ 23.033,13.

Como os deputados federais, senador recebe 15 salários por ano

De todos os deputados da Alerj, apenas Jorge Picciani (PMDB) tenta uma vaga no Senado. Já com a candidatura deferida, se for eleito, o salário do peemedebista saltará para R$ 16.512,09, o mesmo pago a um deputado federal. Assim como na Câmara, os senadores também recebem um salário extra nos meses de fevereiro e dezembro de cada ano, além do 13º. Também há benefícios como auxílio-moradia no valor mensal de até R$ 3,8 mil, caso o senador não ocupe um dos apartamentos funcionais da Casa; direito a atendimento médico e odontológico; verba para passagens aéreas, cujo valor mensal varia de R$ 6 mil a R$ 23 mil, em função das distâncias entre os estados e Brasília; cota mensal para o envio de, no mínimo, quatro mil correspondências - o número varia em função do tamanho da população e o estado -; verba indenizatória mensal no valor de R$ 15 mil para manutenção de escritórios e outros custeios; R$ 500 mensais para pagamento de telefone fixo e uso ilimitado do celular; 25 litros de combustível por dia, de segunda-feira a sexta-feira, além de ter à disposição um veículo oficial.

Entre todos os 70 deputados, apenas dois não concorrem a nenhum cargo nas eleições deste ano: Aparecida Gama e Alair Correa, ambos do PMDB. O GLOBO tentou contato com os dois, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria

Fonte: O Globo

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