SANTIAGO - Apesar do bom estado geral, alguns dos 33 mineiros presos há três semanas numa mina de San Jose, no Chile, começaram a apresentar problemas digestivos e distúrbios de sono. Infecções e feridas provocadas pelo calor superior a 30 graus também foram relatadas. Outro problema é a umidade no refúgio onde eles se encontram, dentro da mina. Na segunda-feira, o calor e a umidade elevada levaram os mineiros a buscar refúgio em uma posição ainda mais profunda . Mais seco e seguro, o novo abrigo fica 25 metros abaixo e a mais de 250 metros de distância do ponto original.
De acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira pela Oficina Nacional de Emergência do Ministério do Interior, até o momento ao menos cinco trabalhadores desenvolveram problemas gástricos devido ao longo período que ficaram sem se alimentar, logo após o acidente que fechou a entrada da mina. E, embora o grupo esteja psicologicamente estável, há alguns casos isolados de distúrbio do sono, que estão sendo tratados com exercícios respiratórios.
Para ajudar os operários a dormir melhor, as autoridades enviaram nesta terça-feira 15 camas infláveis para o abrigo, para substituir as camas improvisadas que os trabalhadores construíram com papelão. O envio das camas deve levar um dia inteiro.
Os 33 mineiros estão a 713 metros de profundidade. Até agora, já foram enviados para o abrigo subterrâneo água, alimentos, medicamentos, vacinas, adesivos de nicotina, roupas e outros itens.
Na noite de segunda-feira começou a ser perfurado o túnel que deverá ser usado para resgatar os operários. Os responsáveis pelo projeto acreditam que a conclusão dos trabalhos deverá levar entre três e quatro meses. A operação é chamada de "São Lourenço".
O túnel terá aproximadamente 60 centímetros de largura. Quando ele for concluído, uma gaiola será içada para baixo, para resgatar cada mineiro, um a um. Cada mineiro já perdeu, em média, dez quilos de peso. Mas os médicos acreditam que agora, com a chegada de mantimentos, a situação foi estabilizada.
O ministro de Mineração do Chile, Laurence Golborne, disse que dez alternativas de resgate estão em estudo pelos engenheiros. Ele negou que seja possível resgatar os mineiros em apenas um mês.
No domingo, os mineiros isolados tiveram o primeiro contato telefônico direto com seus familiares .
Fonte: Comunique-se
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