quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Arroz, feijão e carne acumulam aumento de 61% no anoCarla Guedes

O prato tradicional do brasileiro está mais caro. Arroz, feijão e carne lideram a alta de preços no mês, segundo o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A inflação medida IGP-10 acelerou levemente e subiu 1,15% em outubro, após avançar 1,12% em setembro.

Em Maringá, a alta média acumulada nos preços do arroz, feijão e carne chega a 61% neste ano, na comparação entre os valores do produtos coletados pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) no dia 7 de janeiro os verificado ontem pela reportagem em duas redes de supermercados que operam com vendas online

Douglas Marçal

Feijão vendido em barraca da feira livre; leguminosa é um dos itens que compõem o prato tradicional do brasileiro que ajudaram a puxar a inflação

Dona Darci Maria Conceição dos Santos, que trabalha como artesã em Maringá, já percebeu a alta e tratou logo de fazer o feijão render mais na panela. A saída para não gastar tanto com o feijão tipo carioquinha ¿ o preferido na casa da família de Darci ¿ foi colocar mais água na panela e substituir a leguminosa por macarrão e sopa de legumes. O consumo de feijão na casa da família onde moram oito pessoas caiu cerca de 25% ao mês.

A bisteca de boi e o acém cederam lugar à carne de porco. "O porco é mais gorduroso, mas eu limpo bem e a carne fica uma delícia", diz Darci. "Subiu o preço de quase tudo o que a gente precisa ter na dispensa: feijão, óleo, carne, laranja e melancia. Antes, com menos dinheiro, a gente enchia o carrinho na feira, agora já não dá mais", conta a artesã, que frequenta toda semana a feira da Rua Bogotá, na Vila Morangueira, mas gosta de comprar nos supermercados para aproveitar promoções. "Na feira, costumo comprar mais ovos porque são mais limpos. Faço muito bolo em casa."

Os preços dos alimentos subiram, em média, 1,07% em outubro ante setembro, segundo o IGP-10. Os itens que mais contribuíram para a alta foram: arroz e feijão (-2,81% para 4,74%), laticínios (-0,53% para 1,27%) e carnes bovinas (3,18 para 4,59%).

O feijão carioquinha foi o alimento com maior alta no preço em 30 dias. No varejo, o produto saiu de uma queda de 9,67% em setembro para aumento de 17,72% neste mês. O eletricista Orlando Barreto parou na feira da Avenida Humaitá, na Zona 4, nesta semana em busca de feijão, arroz e café. "O feijão subiu bastante, mas a gente não diminuí o consumo em casa", comenta.

Na barraca do feirante Adilson da Silva, o quilo do feijão carioquinha vendido à freguesia saltou de R$ 3,50 para R$ 6 em 30 dias ¿ alta de 71%.

O feijão comercializado na barraca já é escolhido, mais cômodo para a dona de casa, que só precisa tirar sacola e colocá-lo na panela de pressão. A alta no preço da leguminosa, explica o feirante, é consequência do tempo seco. "Eu compro feijão de Goiás e por lá a estiagem foi de 90 dias."

O valor do grão deve baixar até dezembro por causa do plantio do feijão das águas. Se o preço da variedade carioquinha teve alta de 71%, o do tipo preto não se alterou e até está mais barato.

"É uma opção para quem quer economizar, mas o pessoal daqui não tem muito o hábito de comer feijão preto", comenta Silva. O consumidor paga R$ 4 pelo quilo do feijão preto na barraca do feirante.

A dona de casa Erotildes Cechella foi à feira ontem comprar três quilos de feijão carioquinha. Pagou R$ 6 no quilo e torceu o nariz para o do tipo preto, R$ 2 mais em conta. "O feijão preto é só para feijoada", disse.

Fonte: O Diário.Com

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