sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mercado de leite cresce e incentiva pecuaristas do Sul Fluminense

O crescimento da indústria de laticínios está incentivando pecuaristas a criarem mais gado leiteiro. Em dois anos, o governo estadual investiu R$ 153 milhões, gerou 3 mil novos empregos e, até 2014, a expectativa é abrir mais 20 mil postos de trabalho nesse período; a produção de leite saltou de 470 milhões de litros/ano, em 2007, para os atuais 600 milhões, e a meta é chegar a 1 bilhão de litros/ano até o fim dessa nova gestão.

Além da empresa Laticínios Bom Gosto, inaugurada este ano em Barra Mansa, outras empresas de médio e grande porte já se instalaram ou estão se instalando no estado. A Laticínios Marília inaugura até o final do ano seu parque industrial em Itaperuna. A Parmalat, também no município do Noroeste fluminense, não produzia o leite UHT (caixinha) e passou a produzir. A Laticínios Grupiara, em Valença, no Sul do estado, está se expandindo e a CCA Alimentos está reativando um parque industrial que estava desativado há três anos, em Macuco, na região Serrana.

As empresas contam com os incentivos do Programa Rio Leite, que reduziu a carga tributária para a produção interna de leite, e os benefícios previstos na legislação estadual de ICMS concedidos às plantas industriais localizadas no território fluminense. E de outros programas, como o Rio Genética, que permite melhorar os plantéis leiteiros, oferecendo linhas de crédito para a aquisição de animais, embriões, sêmen, equipamentos e benfeitorias, com juros de 2% ao ano, e pagamento em até 60 meses.

O mercado lácteo no Rio movimenta cerca de U$ 2,4 bilhões por ano e ocupa aproximadamente 100 mil pessoas, entre 23 mil produtores e os demais envolvidos na produção rural e nas cadeias de industrialização e distribuição dos produtos. Atualmente, o estado possui 60 cooperativas e indústrias de leite e derivados de pequeno, médio e grande portes. No final do ano, serão 100.

‘Muito a fazer'

Apesar dos números positivos, em parte resultantes de ações e programas como o Rio Leite e Rio Genética, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, a máxima na atividade agropecuária de que "as propriedades rurais são chamadas de fazenda porque o produtor está sempre fazendo e jamais alcança as metas" ainda rege o setor, mas não o otimismo do secretário Alberto Mofati.

- Temos sim muito que comemorar, mas também ainda temos muito por fazer - assinala.

- A pecuária fluminense é um setor no qual havia muito a ser feito, e o governador Sérgio Cabral fez bastante, mas tem razões de sobra para comemorar, principalmente porque tem um balizamento de para onde deve ir e como deve ir. E isso está muito claro - afirma Mofati.

Programas

No caso do Rio, os profissionais que exploram o setor lácteo e aqueles que trabalham com gado de corte tem bons motivos para festejar as mudanças significativas implementadas, principalmente na legislação tributária, que além de contribuir com a melhoria da qualidade genética dos rebanhos, de aumentar a produtividade comercial e zerar o ICMS sobre o leite e derivados produzidos no Rio, também está atraindo empresas para o estado.

- O mais importante para um futuro promissor e em médio prazo da pecuária fluminense é que já contamos com um planejamento, um alinhamento entre o plano estratégico da Secretaria com a Federação da Agricultura e os sindicatos de classe e estamos trabalhando juntos para a realização desse planejamento e das prioridades - observou Mofati.

O programa Rio Genática de apoio ao desenvolvimento da atividade produtiva com melhoria do padrão do gado comercial do Rio de Janeiro - o gado de elite fluminense é considerado um dos melhores do Brasil -, que era um rebanho limitado e com espaço de crescimento importante, agora já se beneficia de um projeto que permite ao pequeno produtor acesso a material genético de qualidade, encurtando o tempo e processo de melhoria.

E, associado a isso, outras ações de governo, por exemplo, na área de assistência técnica, também contribuem para o desenvolvimento da pecuária. Depois de 19 anos sem concurso público, o quadro técnico da Emater-Rio foi renovado: 166 novos agentes têm a missão de aproximar os produtores rurais da Secretaria de Agricultura e até o final do ano será a vez da Pesagro, que há 20 anos não renova seus quadros, contratar 30 novos técnicos.

Uma parceria entre a Secretaria e a Embrapa para a produção de embriões "in vitro" visando atender ao programa Rio Genética já começa a apresentar resultados. A expectativa é produzir no laboratório do campo experimental da Embrapa na Fazenda Santa Mônica, em Valença, de 200 a 400 prenhezes/ano. O fato marca uma evolução no programa e é o início da produção em escala visando o melhoramento genético dos plantéis dos produtores rurais.

Como resultado do programa Rio Genética, este ano representou um salto de qualidade para o rebanho bovino leiteiro fluminense. A oferta de financiamento com recursos do Tesouro Estadual e a disponibilização de animais de alto padrão genético foram responsáveis pela comercialização de 3.150 novilhas Girolando e tourinhos Gir e Guzerá.

A fórmula democrática para o acesso a qualidade, somada a linha de crédito do programa, com juros de 2% ao ano, um ano de carência e cinco para pagamento, que em 2010 financiou R$ 10,2 milhões, atraíram os produtores, conscientes da necessidade de melhorar a eficiência do rebanho para aumentar a produção.

Fonte: Diário do Vale

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