domingo, 3 de outubro de 2010

Quando aceitar uma contraproposta

Maiara Tortorette

É comum na vida corporativa que com o passar do tempo, a necessidade de motivação ou uma eventual proposta recebida, por exemplo, levem o profissional a buscar outros desafios em sua carreira. Evidentemente não se trata de uma regra, nem tão pouco de uma decisão simples de ser tomada, no entanto se a hora é a de buscar outras oportunidades, uma reflexão cuidadosa pode evitar uma frustração na carreira profissional. O mais adequado é avaliar, sobretudo, se realmente não há mais interesse em permanecer na organização ou se a questão é tornar o próprio trabalho mais prazeroso.

Uma conversa com o gestor da área pode ser um passo importante e decisivo nesta situação, pois mesmo com a chegada de tantos jovens profissionais no mercado de trabalho, as empresas valorizam cada vez mais seus talentos. Expor os principais problemas no emprego atual, pode fazer com que a empresa lhe ofereça novas alternativas, ou seja, uma contraproposta. Isto acontece frequentemente com funcionários de alto desempenho, que contribuem efetivamente para o desenvolvimento da organização.

“Diálogo é fundamental nesta situação”, define Mônica Andrade, analista de Recursos Humanos do Grupo TKC/ Todeschini Barra. Para ela, o funcionário deve apresentar suas necessidades para que a empresa tenha conhecimento e avalie o que pode ser feito, e a organização, por sua vez, deve oferecer algumas soluções, para que assim não perca um excelente colaborador para o mercado. “Caso a empresa tenha real interesse em mantê-lo, poderá oferecer uma contraproposta com condições que consiga retê-lo. No entanto, para isso é necessário que conheça os problemas que estão ocorrendo”, explica.

O papel do gestor em uma conversa como esta não é apenas apresentar soluções e tentar reter o profissional. Escutar e avaliar as colocações feitas pelo funcionário pode ser fundamental para sua permanência efetiva, evitando futuras frustrações ou o retorno destes problemas, além de evitar que outras pessoas apresentem a mesma insatisfação com o passar do tempo e também saiam à procura de novas ocupações.

“Dar um feedback para as colocações feitas pelo funcionário são imprescindíveis. Ele deve vir orientado pelo desenvolvimento daquele profissional ao longo de sua jornada na empresa, pois geralmente ocorrem falhas neste retorno”, afirma Mônica. “No caso de uma promoção, por exemplo, é necessário pontuar se ele está apto ou não para o cargo pretendido. Caso negativo, é necessário que o gestor apresente os meios e as competências necessárias para prepará-lo para assumir o novo cargo”.

Ao aceitar permanecer na empresa diante das propostas apresentadas, o profissional deve ter certeza de que poderá retornar e executar um excelente trabalho. Em um primeiro momento esta situação não será vista de forma negativa, no entanto se for repetida constantemente e em um curto espaço de tempo, é provável que a própria organização perca o interesse em mantê-lo no quadro de funcionários.

De acordo com a consultora Káritas de Toledo Ribas, desde que toda negociação seja realizada de forma transparente desde o início, não há risco do profissional ser prejudicado ou ter sua imagem “manchada”. O importante é que evite leiloar o currículo, pois neste caso sim poderá perder o respeito do mercado e dos colegas de trabalho.

Fonte: Jornal Carreira & Sucesso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.