Luiza Damé
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está elaborando normas mais rígidas para venda de antibióticos. A ideia é exigir a apresentação de receita médica para a comercialização do medicamento nas farmácias. Um dos motivos para endurecer as regras é o crescimento do número de pessoas contaminadas por superbactéria no Distrito Federal. Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a situação do DF está sendo acompanhada de perto pelo governo federal, e a Anvisa está avaliando o que provocou a disseminação da Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) nos hospitais públicos e privados de Brasília.
- Infelizmente, no Brasil nós temos o uso indiscriminado de antibióticos. A Anvisa está concluindo uma nova regulamentação a partir da qual o acesso a antibióticos nas farmácias só vai poder se dar através de receita médica. O autoconsumo, o consumo irresponsável e a má prescrição levam a situações como esta - disse o ministro.
Desde janeiro, 15 brasilienses morreram contaminados pela superbactéria. Segundo balanço da Secretaria de Saúde, há hoje 135 pessoas contaminadas pela KPC no Distrito Federal. O ministro disse que, além do alto consumo de antibióticos, também é preciso considerar a eficácia do controle da infecção hospitalar nas unidades onde foram registrados casos de contaminação pela superbactéria.
Segundo Temporão, é preciso avaliar "aspectos da dinâmica interna dos hospitais que podem ter levado a falhas no processo de controle de infecção hospitalar". Temporão afirmou que, até agora, as notificações que chegaram ao Ministério da Saúde indicam que a superbactéria está restrita à rede de saúde do Distrito Federal.
- Pelas informações que temos, sim (está isolada em Brasília). Mas o controle de infecção hospitalar tem critérios. Tem de haver uma comissão organizada e atualizada - disse. - Se aconteceu o problema aqui, é porque houve falha em algum momento do processo.
Fonte: O Globo
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