quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Junior Portare: palestrante de Finanças Pessoais, Motivação e Vendas

Maiara Tortorette

É fato indiscutível que as empresas de hoje precisam contar com profissionais qualificados e bem treinados para atingirem sucesso no mundo corporativo. Motivar estes colaboradores e ensiná-los a lidar com problemas, principalmente quando se trata de finanças, com certeza é a melhor forma de montar uma equipe que "veste" a organização e focada nos resultados.

Junior Portare, palestrante especialista em Finanças Pessoais, Motivação e Vendas, fala sobre o impacto dos treinamentos dentro das organizações, da importância de uma vida financeira, pessoal e profissional bem estruturadas e de seu sucesso como administrador após atuar em diversas empresas.

O executivo fala também sobre o sucesso do best-seller Dinheiro dá em Árvore e sua atuação como docente.

Confira!

Conte-nos um pouco da sua trajetória e como optou por montar seu próprio negócio.

No início da minha carreira, passei por todas as fases dentro da área de vendas (de balconista a gerente nacional de vendas) e fui executivo de vendas e marketing de empresas médias e grandes ainda bastante jovem.

Após este período, tive uma passagem pela área de compras em uma grande construtora do país. Mas foi a área comercial que abriu meus olhos para criar meu primeiro negócio: a Portare, fábrica de mochilas para notebook.

Na época (1997) não se vendia mais do que 3.000 notebooks por mês no país. Porém, já vislumbrávamos um cenário como o de hoje, quando se vende perto de 100.000 notebooks mensalmente. O negócio se iniciou numa garagem de fundo de quintal com quatro funcionários e, em 2005, já ocupava uma área de 2400 m2 com 228 colaboradores produzindo. Hoje, a produção é terceirizada fora do Brasil.

Como surgiu a ideia de ministrar a primeira palestra?

Em minha primeira experiência como professor, na Unip, os alunos levavam filmadora e gravavam as aulas em seus celulares. Então percebi que seria um bom caminho a trilhar, pois além da empresa, teria um plano B na minha vida. Mas somente quando fui lecionar na FGV surgiram os primeiros convites e tive a chance, por meio de um amigo também palestrante, de conhecer um bom agente, que hoje é meu principal parceiro comercial.

Desde o início do trabalho em conjunto, crescemos muito e hoje ministramos, em média, 2,5 palestras por semana, algo como dez por mês, o que, no Brasil, é um bom número. Uma correria que vale a pena!

Em suas apresentações, você fala muito sobre motivação e finanças pessoais. Qual a relação direta entre estes assuntos?

É uma relação direta. Na vida existem algumas áreas que não podem ir mal, uma delas é a de finanças. A principal causa da queda de produtividade de um funcionário é o problema conjugal, que normalmente passa pela questão financeira, tanto na falta quanto no excesso de dinheiro. A pessoa que tem as finanças em dia consegue mais motivação e mais qualidade de vida.

Por ter vivido grandes oscilações financeiras na vida e conhecido grandes picos e também abismos, sei da importância de manter-me motivado sempre e, por isso, nossas palestras nestas duas áreas são sempre muito bem avaliadas. Creio que somente quando se vive o que se prega a mensagem tem eficácia.

Você é autor do Best-seller "Dinheiro Dá em Árvore“. Qual é o conceito geral deste livro? A que acredita que se deva o sucesso desta obra?

Realmente fomos muito felizes com esta obra. Seu sucesso se deve basicamente a três fatores: um é o título, que é bastante desafiador e diz exatamente o que as pessoas não acreditam. Segundo, é a capa bastante atrativa. E, por último, que creio ser o fator mais determinante, é a pesquisa que existe por trás do livro.

Ele já vendeu 15.000 cópias (três edições de 5.000) em menos de um ano. No Brasil, muitos escritores de renome não conseguem tal feito. Durante os anos de 2007 e 2008, entrevistei 52 empresários pequenos e médios que tem mais de 1 milhão de reais em dinheiro. Para fazer parte da pesquisa, estas pessoas tinham que ser de origem humilde e não ter recebido herança. Este fato, creio eu, foi o que levou a vendermos tão bem mesmo sendo um autor ainda desconhecido.

Os profissionais tendem a não controlar sua vida financeira? Como isso pode refletir negativamente em sua carreira?

A realidade que vivi é basicamente a mesma de ¾ das pessoas. Não importa a renda, cada vez que o sujeito “adivinha” que vai ter um aumento de salário, já troca de carro. E isso ocorre com todas as faixas salariais, muda apenas a proporção dos gastos.

Hoje, muitas empresas consultam o CPF do candidato e se ele tem problemas com crédito, pode perder algumas oportunidades, embora muitas empresas neguem o fato. Por outro lado, não há como você desempenhar bem seu papel numa empresa se sua cabeça está no “contas a pagar” de sua casa. E, obviamente, quem produz melhor, quem faz bem feito o que tem que ser feito, vai sempre ter mais chances do que os que não fazem!

Você também possui em seu “leque” de assuntos palestras focadas em vendas. Quais as principais dicas que você passa? Um bom profissional de vendas deve administrar bem suas finanças?

Falo em duas vertentes de vendas. Uma é para a pessoa do vendedor ou do represente comercial. Ou seja, oriento como ter mais dinheiro com sua própria renda e como obter ainda mais, utilizando uma das melhores ferramentas de fazer dinheiro que conheço: vendendo. Ocorre que o vendedor precisa ser muito bem orientado uma vez que tem uma característica completamente incomum: a renda variável. Isso precisa ser trabalhado ou o desempenho do profissional vai sempre variar, como sua renda.

A outra vertente é a parte técnica. Sou vendedor desde os 16 anos e sempre fui daqueles que batem meta. Como coordenador em vendas, minhas equipes sempre foram muito bem. Então, misturei alguns conceitos próprios acerca de vendas com alguns conceitos de uma empresa americana e montei uma palestra e um treinamento bastante produtivo nesta área.

Quais os principais temas solicitados pelas empresas? É possível notar mudança nos profissionais após suas apresentações?

Apesar de o livro ser um sucesso, somente 30% dos nossos eventos são sobre finanças pessoais e investimentos. Em geral, somos contratados basicamente para falar de motivação. As empresas querem pessoas vividas e com experiência em vitórias em algum campo da vida para inspirar seu pessoal.

Quanto aos resultados, apesar de a cada final de evento ouvirmos frases de pessoas entusiasmadas e satisfeitas com o conceito passado, sabemos que existe uma realidade a ser considerada: somente 3 a 6% das pessoas que assistem a uma palestra de 90 minutos optam por adotar alguns dos conceitos apresentados. Isso é o que consideramos ter feito a “diferença” na vida daquela pessoa.

Porém, os outros 95% que não foram completamente atingidos pela mensagem, passam a ter comportamentos diferentes por causa dos colegas que estavam presentes, ou seja, a pessoa se sente constrangida se não praticar aqueles comportamentos que alguns colegas passam a praticar. Por isso, sou entusiasta do processo de treinamento. Sempre sugiro às empresas de todos os portes que treinem. São 5% hoje, 5% no próximo evento e logo sua empresa será imbatível, pois terá um time de primeira qualidade.

Além de escritor e palestrante você também é empresário. Como costuma aplicar todos estes ensinamentos dentro de sua própria organização?

Costumo dizer que você mede a qualidade de sua liderança por meio de três fatores:

1.Se as pessoas crescem sendo lideradas por você. Neste quesito, sinto-me bem realizado, pois os bons profissionais que trabalharam sob nossa gestão estão hoje em excelentes empresas com altos níveis de cargos e salários;

2.Pelo número de ações trabalhistas que sua empresa tem. No nosso caso, em mais de dez anos, tivemos apenas quatro ações trabalhistas, das quais ganhamos três e estamos com uma em andamento. Um número bastante interessante considerando que empregávamos 86% de pessoas com baixa escolaridade, pessoal de produção em que o nível de ação trabalhista é maior do que no nível gerencial.

3.Pelo índice de turnover. Os profissionais de hoje não tem medo de saírem das empresas, principalmente os mais jovens. Então se eles têm um mau líder, não pensam duas vezes para saírem em busca de outras oportunidades.

No papel de professor, como você costuma preparar os jovens profissionais para o mercado? Qual a importância desta nova geração conseguir ter uma vida melhor estruturada?

Hoje, em função da agenda, dou apenas alguns módulos em cursos de MBA e Pós-Graduação. Perdi um pouco daquele contato direto com o aluno, mas ainda assim tenho uma preocupação toda especial com eles. Quando você leciona para jovens adultos, você tem a possibilidade e o privilégio de poder interferir em seus futuros. Além de você ministrar a matéria em si, tem um período com os alunos, no qual pode trocar ideias e conversar sobre atalhos em suas carreiras e vidas pessoais. Poder lecionar para esse público é um grande presente. Sou muito grato por essa possibilidade.

Atualmente, sabemos que o mercado é extremamente competitivo e que as empresas buscam diversas ferramentas para reter talentos. Qual a relevância da motivação e da preocupação do desenvolvimento humano nesta questão?

Motivar e manter motivado um funcionário ou uma equipe é trabalhoso. Depende de muitos fatores, principalmente da liderança, que infelizmente ainda não é preparada para lidar com o perfil de pessoas do século 21.

Tenho um filho de 5 anos que faz todas suas tarefas de escola com alto grau de qualidade, está sempre disposto a fazer companhia, sair para passear ou ir ao mercado, vai à natação e quase nunca reclama das coisas. Algo semelhante a um funcionário dos sonhos. Não sei se adulto terá a mesma auto-estima elevada e a mesma pró-atividade que tem hoje. Mas o fato é que sua “liderança” em casa – os pais – se esforçam em utilizar as melhores práticas na criação. E o mesmo deveria ocorrer com as lideranças nas empresas.

Por isso sou tão favorável ao treinamento constante em diversas áreas. Uma pena que as empresas ainda treinem, basicamente, as equipes de vendas. Um engano sério na gestão de um negócio.

Fonte: Jornal Carreira & Sucesso

Um comentário:

  1. Caro Gilvan,
    Muito obrigado por mencionar nossa entrevista.
    Conte sempre com a gente quando precisar de artigos de relevânica!
    Conheça mais de nosso trabalho via nosso site.
    (palestradepalestrante.com.br )
    Um grande abraço,
    Jr Portare
    juniorportare@gmail.com

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