quinta-feira, 28 de abril de 2011

11 Tendências Críticas do Consumo para este ano

Mais um ano começa e com ele se apresentam novas ameaças e oportunidades para as empresas. Muitos já fazem suas previsões para 2011 e no Mercado ao Seu Alcance partilharemos com você nesta e na próxima semana as 11 tendências de consumo que observamos em uma das nossas fontes favoritas. Apenas uma coisa é permanente: a necessidade de mudança e adaptação para atender às necessidades dos consumidores.

Hoje começamos com os esclarecimentos sobre essas tendências e veremos a primeira delas. Assim, ressalta-se que:

a) São tendências de consumo, e não macro tendências.

b) As tendências estão em constante mutação, assim as tendências citadas já estão, de alguma maneira, ocorrendo.

c) Não há apenas 11 tendências rastreadas para 2011, é apenas uma seleção.

d) Nenhuma tendência se aplica a todos os consumidores.

Passemos então às onze tendências:

1ª tendência: EVENTUAIS ATOS DE BONDADE

Espera-se que, em 2011, as empresas monitorem a “opinião pública” dos consumidores em redes sociais e atue sobre ela com eventuais atos de bondade.

Assim, o investimento nesses atos pode ser o melhor quando se trata da Geração G (de generosidade), dedicando-se ao que é refletido pelas opiniões dos consumidores. Eles anseiam por realismo, pelo toque humano. Assim, a escolha de marcas e o envio de um presente surpresa pode ser uma das formas mais eficazes de se conectar com (potenciais) consumidores, principalmente na América do Norte, Europa e Japão.

Para as marcas, uma estratégia focada nesses eventuais atos de bondade pode significar deixar de ser visto como inflexível e pesado, e sim como mais compassivo e carismático. Isso e é inestimável.

Promover esses atos traduz a capacidade de realmente saber o que está acontecendo na vida dos consumidores, seja algo bom ou ruim. As pessoas atualmente publicam e conscientemente divulgam (a partir do Facebook ou Twitter) mais e mais sobre suas vidas cotidianas e seu humor.

As redes sociais também permitem que esses atos de bondade possam se espalhar muito além de seu destinatário, pois terá todo o prazer de contar a seus amigos e, consequentemente, a seus seguidores sobre uma boa notícia inesperada, por exemplo. Dois exemplos dessa diversão são ilustrados a seguir:

- O serviço de entrega de flores Interflora lançou uma campanha de mídia social no Reino Unido destinada a iluminar a vida dos usuários do Twitter, enviando flores. Como parte da campanha, a Interflora monitora o Twitter procurando usuários que acredita ser necessário animar. Depois de encontrados, os usuários são contatados pelo Twitter, e recebem um buquê de flores como uma surpresa.

- A campanha da companhia aérea holandesa KLM intitulada “Como a Felicidade se Espalha”, tem como base o Foursquare (já falamos sobre esse site em nosso blog) e dá aos passageiros presentes inesperados e sob medida no aeroporto. No mês de novembro de 2010, tão logo alguém fizesse o check-in no Foursquare da KLM dentro da rede de aeroportos em que opera, a equipe surpresa ia online para encontrar mais informações sobre a pessoa. Assim, decidiam por um presente que fosse mais adequado e o dava antes que o cliente voasse. Por exemplo, um viajante escreveu que ele iria perder um jogo de futebol do PSV Eindhoven enquanto ele estava em Nova York. A equipe surpresa, portanto, deu a ele um livro guia de Nova York com todas os bares com transmissão de futebol na cidade destacados em azul.

2ª tendência: ECONOMIA URBANA


A urbanização tem efeito sobre a experiência dos consumidores. A urbanização continua sendo uma das megatendências mais absolutas da próxima década. Atualmente, metade da população mundial – 3 bilhões de pessoas – vive em áreas urbanas. Cerca de 180 mil pessoas se mudam diariamente para as cidades, representando 60 milhões de novos moradores urbanos a cada ano. (Fonte: Intuit, outubro de 2010).

Qual o impacto disso no consumo? Em primeiro lugar, os consumidores urbanos tendem a ser mais ousados, mais liberais, mais tolerantes, mais experientes, mais propensos a experimentar novos produtos e serviços. Nos mercados emergentes esses efeitos tendem a ser ainda mais acentuados, isso se deve aos recém-chegados que se encontram afastados das estruturas tradicionais, sociais e familiares, enquanto constantemente expostos a uma gama maior de alternativas.

Em segundo lugar, mantenha sua atenção às “ilhas urbanas”: apenas 100 municípios representam atualmente 30% da economia mundial, e praticamente todas as suas inovações. Muitas são as capitais do mundo que evoluíram e se adaptaram ao longo dos séculos de dominação: Londres, Nova York, Paris etc. Apenas a economia de Nova York supera a de 46 economias da África Subsariana juntas. Hong Kong recebe mais turistas anualmente do que toda a Índia (Fonte: Foreign Policy, agosto 2010). No entanto, metrópoles como Xangai, São Paulo e Istambul estão, obviamente, ansiosos para se juntar ao ranking de liderança.

Para se aproximar dos cidadãos urbanos nessas vastas cidades exige-se uma abordagem local dedicada aos produtos, serviços e campanhas.

Em resumo: em 2011 invista em produtos, serviços, experiências ou campanhas que adaptam às específicas (e muitas vezes mais refinadas, mais experientes) necessidades dos habitantes urbanos em todo o mundo, se possível de cidade a cidade. E não se esqueça do “Orgulho Urbano” de estar em uma cidade específica.

3ª tendência: PANDEMÔNIO DA PRECIFICAÇÃO

Promoções relâmpago, compras em grupo, negócios orientados pela localização (GPS): a partir deste ano, os preços nunca mais serão os mesmos….

Os consumidores sempre procuraram por ofertas e descontos especiais. Novos serviços e tecnologias predispõem 2011 a ver uma pandemônio de preços:

- Mais consumidores estão constantemente conectados, e quando ouvem falar de novos negócios online podem rápida e facilmente espalhá-los através das suas redes sociais.

- Cada vez mais, os consumidores farão parte de redes ou grupos exclusivos para receberem ofertas especiais ou demandar.

- Os dispositivos móveis cada vez mais possibilitam que os consumidores possam encontrar ou receber ofertas dinâmicas diretamente no ponto de venda, ou comparar preços online. A Amazon.com acaba de lançar um aplicativo para iPhone que permite aos usuários escanear o código de barras e comparar preços.

A conectividade permanente dos consumidores está mudando hábitos de consumo de inúmeras formas. Por exemplo, os antigos cupons de desconto exigiam planejamento e dedicação, assim não eram tão populares entre os consumidores mais interessados no “aqui e agora”. Contudo, agora é uma atividade online que quase não exige esforço. Além disso, sacar um smartphone no balcão, receber as últimas ofertas via GPS, ou código de barras é bem inteligente. E, portanto, uma fonte de status ao invés de vergonha.

As marcas continuarão a responder com uma série de novos modelos de negócios inovadores e estratégias de preços nos próximos 12 meses, com base em:

- Grupos de compra: Os dois milhões de consumidores online agora podem exercer seu poder de compra coletiva, auxiliados pela variedade de serviços e redes sociais que tornam mais fácil se organizar e agir. Fique de olho no sucesso de 2010, o Groupon e seus concorrentes. Ou considere esse exemplo como a confirmação de que a compra em grupo está aqui para ficar: em setembro de 2010, o grupo chinês compra site Taobao vendeu 200 carros Smart em 3 horas e meia.

- Vendas para associados: O antigo formato de “clube” recebeu um novo sopro de vida online, onde nichos de comunidades prosperam. Fazer algumas promoções limitadas ou apenas por convite, aumenta a percepção de exclusividade: alguns consumidores apreciam os aspectos sociais das compras, enquanto as marcas oferecem preços reduzidos a pequenos grupos. As marcas de designers de moda foram algumas das primeiras a oferecer grandes descontos grupos selecionados, por meio de sites como o vente-privee.com, mas as vendas para membros estão agora se expandindo para áreas como viagens (Jetsetter) e objetos de decoração (One Kings Lane).

- Vendas Relâmpago: Grupos e associados frequentemente usam ofertas por tempo limitado que incentivam a compra por impulso. Ao limitar o tempo disponível e vendendo apenas aos membros, as marcas são capazes de reduzir rapidamente o excesso de estoque. Sites como DellOutlet e Threadless tem obtido um grande sucesso com vendas relâmpago via Twitter, e em novembro de 2010 o site de venda relâmpago integrou suas ofertas na sua página do Facebook para que o consumidor pudesse olhar as sem sair do site. De fato, com tantos negócios diários, existem agora sites como Yipit e MyNines que agregam todas as ofertas.

- Desconto local: Com os consumidores cada vez mais capazes de transmitirem sua localização, surgiram serviços baseados em localização via Facebook e Twitter. As marcas podem oferecer promoções diretamente aos consumidores praticamente no ponto de venda. Os sites podem oferecer recompensas para a realização de certas ações (Shopkick e Checkpoints), promoções geolocalizadas (Placecast), ou aplicativos habilitados por geolocalização, como Vouchercloud, do Reino Unido. Com efeito, apesar da alta dos serviços de check-in, como o Foursquare, as marcas B2C estão descobrindo que a melhor maneira de incentivar os clientes é oferecer-lhes oportunidades de aproveitar as promoções.

- Precificação dinâmica. Tradicionalmente praticado pelas companhias aéreas, as melhorias na informação em tempo real estão permitindo que outros setores experimentem modelos inovadores de preços dinâmicos, como a norte-americana Off and Away, que leiloa quartos de hotel.

4ª tendência: FEITO PARA A CHINA (SE NÃO PARA OS BRIC)


Espere um número crescente de marcas “ocidentais” lançando novos produtos ou até mesmo novas marcas dedicadas para consumidores em mercados emergentes. Afinal, é onde está o dinheiro agora, e as marcas ocidentais ainda são favorecidas – em detrimento das locais – pela combinação de qualidade percebida com um pouco de produção local, amor ou exclusividade.

Como todos os consumidores, os consumidores chineses, indianos e brasileiros vão apreciar os produtos que são adaptados às suas necessidades, desejos e anseios, tanto por razões práticas (forma, tamanho, características), como por causa do desejo profundamente enraizado de reconhecimento (orgulho cultural, patrimônio, estilos de vida).

O fenômeno “Feito para a China (se não para os BRIC)” é apenas uma das muitas subtendências geradas pela macrotendência de deslocamento de poder econômico e de consumo para os mercados emergentes. Só para lembrar:

- As vendas no varejo da China subiram 18,7% em um ano.

- As vendas no varejo da China podem superar as dos EUA, chegando a US $ 5 trilhões em 2016.

- Os consumidores chineses preferem as marcas estrangeiras: 52% dos consumidores cuja renda anual é superior a USD 36.765 confiam mais em marcas externas do que nas chinesas, enquanto apenas 37% disseram preferir a última (Fonte: McKinsey, setembro 2010).

Dentre as marcas que já seguem essa tendência são:

- Levi’s Jeans, dirigida a consumidores asiáticos com ajustes mais finos.

- Dior, com o extremamente caro Shangai Blue Phone, apenas disponível em lojas de Xangai.

- Hermès, com sua nova marca chinesa Shang Xia. Suas lojas de luxo vendem vestimentas e artes decorativas inspiradas na cultura chinesa.

- A Chloé, com sua edição limitada da bolsa Marcie para comemorar seu quinto aniversário na China.

- BMW, com o M3 Tiger, edição limitada em laranja metálico para comemorar o 25 º aniversário do seu modelo M3 na China, coincidindo com o calendário lunar chinês (o ano do tigre).

- Apple Xangai, cujos empregados começaram a usar camisetas vermelhas com o slogan “Desenhado na Califórnia, feito para a China” escrito em mandarim. A mensagem é uma brincadeira com as palavras que são encontradas na parte de trás de todos os iPhones: “Projetado pela Apple na Califórnia, montado na China.

PS: Marcas como a Honda (Li Nian), Nissan (Venucia) e GM (Baojun) estão ocupados introduzindo marcas “mais baratas” na China. Muitos consumidores em mercados emergentes ainda têm menos dinheiro para gastar do que suas contrapartes nos mercados consumidores maduros.

5ª tendência: SÍMBOLOS ONLINE DE STATUS

Neste ano, você não poderá fazer errado fornecendo aos seus consumidores online qualquer tipo de símbolo virtual com efeito no ‘mundo real’, que ajude a mostrar suas contribuições online, criações ou popularidade.

Cultura online ainda é A cultura e, portanto, veremos um aumento de símbolos de status online nos próximos 12 meses. O que começou com mostrar o número de visitantes para páginas do Flickr ou blog, agora também abrange o número de amigos do Facebook (ou qualquer outra rede social), seguidores no Twitter, número de check-ins no Foursquare e uma série de outras medidas que indicam uma loucura da conexão.

De fato, um elemento a mais para se observar é o status de novos símbolos entre os mundos ‘real’ e ‘online’. Desde as manifestações físicas do estado digital, até o reconhecimento online de atividades físicas, os consumidores procuram exibir seus símbolos de status online em todas as arenas.

6ª tendência: SAUDÁVEL


Como ter uma boa saúde é mais importante para alguns consumidores do que ter símbolos de status, um número crescente espera novos produtos e serviços de saúde nos próximos 12 meses (e além) para melhorar a sua qualidade de vida, ao invés de apenas tratar doenças. Alguns sinais disso são:

- 73% dos consumidores dos EUA consideram estar fisicamente aptos a estar “bem”, e 74% com a “sensação de bem consigo mesmos”. (Fonte: The Hartman Group, agosto 2010)

- Estima-se que 500 milhões de pessoas em todo o mundo usarão aplicativos móveis de saúde até 2015. (Fonte: Reasearch2Guidance, novembro de 2010)

- Havia cerca de 17 mil aplicativos de saúde disponíveis em novembro de 2010. 57% desses eram destinados aos consumidores, superando os destinados aos profissionais de saúde. (Fonte: Reasearch2Guidance, novembro de 2010)

- O uso mais intenso dos aplicativos relacionados à saúde ou médicos é realizado por jovens adultos: cerca de 15% na faixa etária 18 a 29 tem esses aplicativos, comparado com 8% de usuários com idade entre 30 a 49. (Fonte: The Pew Internet Project, outubro 2010)

Nos próximos 12 meses conte com ainda mais tecnologias portáveis de monitoramento, bem como com a redução de preço delas (os smartphones de muitos consumidores estão mais avançados do que os mais dedicados dispositivos médicos).

Além disso, as redes sociais dedicadas à área médica dão ao público uma plataforma para partilhar, comparar e discutir os seus problemas pessoais de saúde com outros consumidores.

O “consumo” da saúde significa que mais consumidores vão optar por produtos com benefícios à saúde e que realmente são bem desenhados, desejáveis, acessíveis, divertidos, gostosos, interessantes ou estratificados. Alguns exemplos:

- O Strollometer é um dispositivo que controla todos os aspectos de rotina de uma recente mãe. Na tela do gadget, as mães podem verificar sua velocidade, distância percorrida, tempo de exercício, velocidade média e máxima, e a temperatura exterior. Quando a sessão acabar, as mães podem em seguida, inserir os seus dados no site Fit4Mum.com e ver seus resultados em termos de calorias queimadas.

- O Sleep On It é um aplicativo para celular que permite aos usuários controlar seus padrões de sono noturno. A ferramenta gratuita pode determinar quais os fatores que podem estar afetando o sono e quanto tempo é necessário a cada noite para se sentir descansado e energizado. Sleep On It permite aos usuários monitorar o tempo e a qualidade do sono, bem como o tempo gasto cochilando e o humor de forma a ver como o sono impacta sobre a saúde geral e a qualidade de vida.

- Phillips DirectLife é um pequeno e leve monitor portátil que constrói um registro detalhado das atividades diárias dos usuários. Os dados do usuário são enviados para o seu site personalizado DirectLife, mostrando quantas calorias foram queimadas durante o dia. Usuários acompanham seu progresso face aos seus objetivos pessoais, e tem acesso a um treinador pessoal online. Os usuários também podem se comparar com os outros membros e manter contato com a comunidade online para incentivá-los a compartilhar dicas e permanecer motivado.

- Tanto a Microsoft como a Sony lançaram recentemente os controladores de jogo sensíveis a movimentos: o X-Box Kinect e o Playstation Move. Os sistemas usam câmeras para detectar os movimentos dos usuários durante o jogo. Os controladores foram projetados não somente para aumentar a experiência de jogo, mas também, muito parecido com o Nintendo Wii, para adicionar uma dimensão física e saudável, como ocorre com os jogos EA Sports Active 2 e Get Fit with Mel B.

7ª tendência: SOCIAL-LITES e CONSUMIDORES-GÊMEOS

Espere que os consumidores ainda se tornem mais apurados: eles irão difundir, compilar, comentar, compartilhar e recomendar conteúdos, produtos, compras e experiências tanto para os seus amigos como o público em geral.

Em 2011, as palavras da boca e recomendações serão ainda mais dependentes da dinâmica P2P. Os consumidores-gêmeos (consumidores com padrões de consumo e preferências semelhantes, e que, portanto, são fontes valiosas de recomendações sobre o que comprar e experimentar) estão voltados a melhorar a “curadoria de pesquisa”. SOCIAL-Lites estão voltados à descoberta, assim que os consumidores se tornam curadores; ativamente difundindo, remixando, compilando, comentando, compartilhando e recomendando conteúdos, produtos, compras, experiências tanto para os amigos como para o público em geral.

Por que os consumidores querem se tornar curadores? Porque muitos deles estão investindo tempo e esforço na construção da MINHA MARCA, através de perfis online que registram suas opiniões e recomendações. E como o público em economias do conhecimento dá valor a dicas interessantes, relevantes e úteis, ele confere status aos curadores ou SOCIAL-LITES que compartilham percepções.

Além disso, nunca foi tão fácil ser um social-lite. Ao invés de ter que ligar, escrever ou mesmo escrever e-mails personalizados, as redes sociais permitem aos usuários difundir informação a uma vasta gama de pessoas sem interromper ou se intrometer. Assim, os consumidores vão falar mais sobre as marcas deste ano mais do que nunca, e haverá oportunidade para as marcas que criam conteúdo atraente e que os consumidores querem partilhar.

- A Amazon agora permite aos usuários integrar suas contas do Facebook e Amazon. O recurso permite que a Amazon se conecte aos consumidores através da rede social do usuário e, em seguida recomende compras com base nas informações encontradas em seu perfil Facebook (livros, DVDs e músicos).

- O Mombo, dos EUA, analisa os Twitter feeds de usuários em todo o mundo e atribui nota a filmes baseados na opinião coletiva dos usuários do Twitter, com cada tweet sendo processado pela “análise de sentimentos” do site. Usuários que entrarem no Twitter obterão recomendações de filmes baseadas no que eles e seus amigos tem falado.

8ª tendência: GENEROSIDADE EMERGENTE


Marcas e os ricos nos mercados emergentes (especialmente na China) cada vez mais doarão, darão atenção e simpatia ao invés de apenas vender e receber. E não apenas em seus países de origem, mas em uma escala global. É uma profunda mudança cultural e que os consumidores nos mercados maduros levaram alguns anos para se acostumar. Vamos ver algumas estatísticas:

- 86% dos consumidores globais acreditam que as empresas precisam colocar pelo menos o mesmo peso nos interesses da sociedade como sobre os interesses comerciais.

- 78% dos indianos, 77% dos chineses e 80% dos consumidores brasileiros preferem marcas que apoiam boas causas, em comparação com 62% dos consumidores globais.

- 8 em cada 10 consumidores na, Índia, China, México e Brasil esperam que as marcas doem uma parcela de seus lucros para apoiar uma boa causa. (Fonte: Edelman, novembro de 2010)

- O número de milionários na Índia em 2009 cresceu 51 por cento, para 126,7 mil. (Fonte: Merrill Lynch, junho de 2010)

- Em setembro de 2010, Bill Gates e Warren Buffett ofereceram um jantar para os ultra-ricos da China para promover a filantropia. O evento foi semelhante aos seus esforços para obter dos bilionários dos EUA a promessa de dar pelo menos metade de sua riqueza, embora os dois negassem que estavam recriando a pressão para que as pessoas doassem, apenas usando o evento para responder a perguntas e debater questões relacionadas ao desenvolvimento uma cultura de filantropia. (Fonte: Washington Post, outubro de 2010)

Neste ano, de qualquer marca ou pessoa indo excepcionalmente bem, será esperado a participação na Geração Generosidade.

9ª tendência: ESPONTANEIDADE PLANEJADA

Com o estilo de vida que se tornou fragmentado, com ambientes urbanos densos oferecendo instantaneamente aos consumidores um número de opções disponíveis, e com celulares / smartphones tendo criado uma geração que tem pouca experiência de fazer (ou que adere a) planos rígidos, este ano vai ver uma completa espontaneidade planejada.

Espere ver consumidores correndo para se inscrever em serviços (a parte planejada) que permitem, quase sem esforço, se misturar a massa infinita de amigos, familiares, colegas ou estranhos-que-podem-ser-amigos-ou-rolos (a parte espontânea).

O que vem a seguir? Olhe além do Twitter e espere que (mais jovens) consumidores optem passiva, voluntaria e continuamente compartilhar suas localidades para receber em troca sugestões inteligentes sobre o que poderiam estar fazendo ou com quem poderiam estar se encontrando. Será que os consumidores aceitarão seus dados móveis sendo coletados, agregados, analisados e partilhados? Se as vantagens forem interessantes, divertidas ou valorizem bastante a vida, então muito provavelmente sim.

Para os consumidores, saber onde eles estão e o que / quem está ao seu redor é a chave para a espontaneidade planejada. Isso está prestes a ficar muito mais fácil assim que a geo-localização se torna uma característica fundamental das redes sociais e aplicativos da web (a partir de provedores existentes adicionando informações de localização, tais como o Places do Facebook, o localizador do Twitter e o Hotpot do Google, além dos serviços dedicados como Foursquare , Gowalla e Brightkite).

10ª tendência: ECO SUPERIOR


O principal desafio para os governos, consumidores e empresas (com ou sem recessão) continua a ser a busca por sociedades e economias mais ambientalmente sustentáveis. Quando se trata de “consumo verde”, podemos esperar por um aumento no produto eco-superior: produtos que não são apenas ecológicos, mas superiores aos que são poluentes de todas as formas possíveis. Pense em uma combinação de funcionalidade ecológica ainda superior, mais qualidade, e/ou economia maior.

Por que a necessidade de eco-superior? O número de consumidores na busca ativa de produtos verdes está atingindo um platô, assim, os consumidores em geral começam a questionar o valor e a eficiência de ser verde:

- Embora 40% dos consumidores dizem que estão dispostos a comprar produtos verdes, apenas 4% dos consumidores realmente os compram quando dada a escolha. (Fonte: Journal of Marketing, setembro de 2010)

- 58% dos consumidores globais acham que os produtos ecológicos são demasiado caros, enquanto 33% dos consumidores mundiais acham que os produtos ecológicos não funcionam tão bem. (Fonte: GfK Roper, setembro de 2010)

- Enquanto o volume de produtos verdes disponíveis para os consumidores dos EUA aumentaram 73% entre 2009 e 2010, apenas para 5% deles não foram encontradas reivindicações verdes para inserção no produto. (Fonte: Terrachoice, outubro de 2010)

Podemos esperar para ver uma série de marcas líderes mudarem de puramente marketing da sustentabilidade e preocupação ecológica dos seus produtos (com o seu nicho atingido) para ter como objetivo o coração das alternativas tradicionais, ressaltando a qualidade e design superiores, maior durabilidade e/ou inferiores despesas de funcionamento dos produtos de uma forma que vai atingir até mesmo o consumidor mais eco-cético, egoísta ou financeiramente impugnado.

Alguns exemplos de eco-superior são o Ovopur, um dispositivo bem concebido de purificação natural e ecológica da água, ou o Stealth Toilet, que contém um sistema de descarga que utiliza apenas 0,8 litro de água por descarga – poupando em uma família média aproximadamente 20.000 litros de água por ano, ou o Renault DeZir, um supercarro de conceito ‘verde’ que viaja 0-60 em cinco segundos, ou a lâmpada 12 watts EnduraLED da Philips.

11ª tendência: POSSUA MENOS

Este poderia ser o ano em que a partilha e o aluguel realmente poderiam entrar na consciência do consumidor, ao mesmo que grandes marcas e os governos envidam esforços para essa mudança cultural…

Já ouve a moda de alugar bolsas, roupas, carros de luxo. Para os consumidores o apelo é óbvio:

- A posse tradicional implica em um certo nível de responsabilidade, custo e compromisso. O consumidor que procura praticidade e ter o maior número possível de experiências não quer nenhuma dessas coisas.

- A posse fracionária e o aluguel oferecem a possibilidade de upgrades permanentes para o melhor e mais recente, além da capacidade de maximizar o número e variedade de experiências e permitir aos consumidores o acesso ao luxo.

- Possuir itens utilizados volumosos e irregulares é caro e insustentável, sobretudo em ambientes urbanos densos onde o espaço é um luxo. Com mais consumidores tendo acesso móvel aos sistemas online, fica mais fácil agendar quando e onde eles são necessários (como visto na tendência Espontaneidade Planejada).

Dois acontecimentos-chave antecedem essa tendência:

1) Podemos ver as marcas maiores entrando em ação. Tomemos como exemplo a partilha de automóveis – um dos grandes sucessos da tendência Possua Menos – com clubes de automóveis surgindo em todo o mundo. O Zipcar é líder de mercado, mas serviços semelhantes podem ser encontrados em todos os lugares, desde a Austrália (GoGet) até o Brasil (Zazcar). Grandes marcas, vendo o sucesso dessas empresas menores estão cada vez mais em ação: a Hertz lançou seu serviço de partilha de carro em dezembro de 2008. Em julho de 2010, a Peugeot lançou no Reino Unido o serviço de mobilidade Mu depois de lançamentos bem sucedidos na França, Alemanha, Itália e Espanha. Os clientes podem alugar carros, motos, vans ou mesmo bicicletas.

- As autoridades locais estão vendo que soluções partilhadas permitem que expandam seus serviços a um custo menor, e de forma sustentável. Programas de bicicletas públicas foram o hit mundial de 2010. Agora, os governos estão explorando novas formas de transporte, como Paris (que foi pioneiro de partilha de bicicletas) que lançou setembro de 2011 o Autolib, um regime de partilha de carro elétrico, e o Departamento de Transportes de Nova York que anunciou a parceria com o Zipcar em outubro de 2010.

Outro grande impulso para a economia do Possua Menos é que, com tantas iniciativas de transporte altamente visíveis, todos os consumidores estão se acostumando a ver esses esquemas em ação, e cada vez mais estão se sentindo confortáveis com a idéia de partilha e de aluguel de objetos grandes, caros ou com potencial de ociosidade. Isso ocorre com casas, moda, carros (e estacionamento), entre outros.

Fonte: Mercado ao Seu Alcance

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