sábado, 9 de abril de 2011

IOF maior vai esfriar setor de cartão de crédito, diz presidente da Cielo

Rômulo Dias prevê maior cautela das pessoas físicas na hora de buscar financiamento
Rômulo Dias, da Cielo: 10 meses após a abertura do setor, o balanço é muito positivo

São Paulo – A decisão do governo federal de dobrar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as pessoas físicas vai ter impacto negativo no segmento de cartão de crédito, na avaliação do presidente da Cielo, Rômulo Dias.

Em entrevista a EXAME.com durante a cerimônia de entrega do prêmio “Empreendedor do Ano”, da Ernest & Young Terco, na noite desta quinta-feira (7), em São Paulo, o executivo fez uma avaliação da nova medida adotada pelo governo federal com o objetivo de combater a inflação.

“Toda vez que (uma medida) afeta o crédito à pessoa física, isso impacta o nosso negócio de uma forma geral, porque o segmento de cartão de crédito é muito impulsionado pelo crescimento do PIB e, em particular, pelo crédito. Na medida em que o crédito começa a ter, para qualquer que seja o prazo, uma taxa de IOF na faixa de 3%, isso obviamente impacta o custo e, consequentemente, cai a propensão marginal ao uso do crédito”, diz Rômulo.

O presidente da Cielo não revela as metas da empresa para o ano, mas admite que o desempenho pode ser atrapalhado pelo IOF maior. “A gente tem que avaliar para ver o que isso vai provocar. Acho que é cedo ainda para dizer, mas, sem sombra de dúvida, eu diria que existe uma propensão maior de a pessoa física em pensar um pouco mais na hora de se valer de qualquer modalidade de crédito.”

Segundo o executivo, a indústria de meios de pagamento tem previsão de crescimento de 18% a 19% neste ano “porque ainda tem muito efeito de substituição de cheque e dinheiro por cartão”.

Embora a medida seja ruim para o mercado, Rômulo Dias reconhece o esforço do governo em tentar controlar a inflação por meio de vários caminhos. “Sem sombra de dúvida, se valer de um arsenal de medidas, mesclando política monetária com medidas macroprudencias, é importante para que a inflação volte ao centro da meta.”

Quase 10 meses após a abertura do setor, o balanço é positivo. “Foi muito salutar para mercado como um todo, pois acelerou a penetração de cartão de crédito nos meios de pagamento. Para a Cielo (ex-VisaNet) foi muito bom porque a gente começou a trabalhar com bandeiras como Mastercad e Amex, e agora vamos começar a capturar a bandeira Elo, que é nacional. Foi por isso que, no ano passado, nós capturamos o equivalente a 7% do PIB, ou seja, R$ 262 bilhões de reais”, diz o executivo.

Fonte: Portal Exame

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