quarta-feira, 22 de junho de 2011

Número de pessoas vegetarianas tem crescido no Estado

Sejam por motivos ideológicos ou religiosos alguns se sacrificam para retirar carne da dieta
Viviany de Sousa não tinha grandes problemas em consumir carnes até iniciar o curso de veterinária na Universidade Federal do Piauí (UFPI), os estudos sobre anatomia dos animais geraram uma espécie de repulsa da jovem pelo consumo de carnes de todos os tipos. "Hoje, olho e me sinto nauseada só de pensar em comer carne", conta. O estudante Fábio Coelho tem história semelhante. Depois de uma experiência traumática com o atropelamento de seu animal de estimação, ele nunca mais conseguiu comer carne. "Vi meu pai abatendo um porco e a imagem da minha cadela morta voltou à mente, o enjôo chegou imediatamente. Isso já faz um ano. Desde então, não sinto a menor vontade de comer carne", diz.

No caso do editor de vídeos David Marinho, um documentário foi o estopim para que ele decidisse abolir a carne do cardápio. "O filme mostrava como a indústria da carne gera um enorme desequilíbrio ambiental, além de expor a crueldade que é exercida contra todos esses animais no momento do abate", justifica David. Já para o aposentado Alberto Maia, a substituição das carnes por vegetais é uma forma de manter a mente mais limpa, favorecendo o exercício da espiritualidade. "Acreditamos que uma dieta mais saudável, com menos gorduras e menos calorias traz um alívio para o cérebro. Como a comunicação entre Deus e o homem se dá através do cérebro, uma mente limpa e saudável vai facilitar essa comunicação com", afirma Alberto.

Seja por motivos religiosos, ideológicos ou simples aversão, tem crescido o número de pessoas adeptas do vegetarianismo. São pessoas que abdicaram não só da carne vermelha, mas de qualquer tipo de carne animal em suas dietas. Pesquisa do Ibope divulgada no mês de maio estimou a população de vegetarianos no Brasil em algo em torno de 9%. Trata-se de um grupo com hábitos próprios e que sofre para se enquadrar em um mundo que se movimenta para atender aos adeptos da carne. Rapidamente, os vegetarianos precisam aprender a driblar cardápios em que quase todos os pratos têm algum componente de origem animal. "Quando vou a uma lanchonete, os amigos pedem seus hambúrgueres e eu peço o mesmo sanduíche, só que sem a carne. Encho de queijo, verduras e fico saciado da mesma maneira", afirma Fábio Coelho.

Muitas vezes, os vegetarianos também precisam dar uma despistada no próprio organismo, que pode sofrer com as conseqüências da ausência da carne na dieta. A nutricionista Suiane Amorim explica que é difícil atingir todas as necessidades do organismo sem a ingestão de alimentos de origem animal. "É o caso das taxas de ferro e de alguns níveis das vitaminas do complexo B que ficam comprometidas quando se decide abolir a carne do cardápio", explica Suiane. É o que acontece com Viviany de Sousa, que está com deficiência de ferro em razão da mudança na dieta, realizada há cerca de três anos, quando ela ainda tinha 19 anos de idade. "Tenho frequentado o médico e estou com a indicação de um suplemento vitamínico. Fora isso, levo uma vida totalmente normal. Não sinto tonturas, nem fraqueza, nem nada do tipo", garante a universitária.

Mesmo quando o vegetariano segue uma dieta totalmente equilibrada, balanceando os componentes existentes em cada alimento, a necessidade do uso de suplementos pode surgir.

Suiane esclarece que, a princípio, não há nenhuma contra indicação médica para que as pessoas adotem uma dieta vegetariana. "Só é preciso estar atento ao equilíbrio dessa dieta e manter um monitoramento das taxas, através de exames de sangue, para identificar qualquer alteração", destaca. Para a nutricionista, apenas alguns grupos como crianças, idosos e gestantes devem evitar a adesão à dieta diferenciada.

Fonte: 180Graus.com

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