quarta-feira, 15 de junho de 2011

Você age por amor ou por medo?

* Nicolai Cursino

É muito importante saber se o fundamento maior de nossas ações é o amor. Pois, se não for, nada do que estivemos falando nos últimos tempos por aqui tem sentido.

Na vida, quando investigamos profundamente, percebemos que todas as nossas ações são motivadas ao final por amor, ou por medo. Faça essa pergunta a si mesmo para qualquer decisão que tomou esses tempos, ou mesmo que deixou de tomar.

Imagine alguém que decide enfrentar o desconforto de uma transição de carreira deixando a estabilidade, os lugares, rostos conhecidos e a certeza de um nome respeitado, para ir em direção a algo que não sabe se vai dar certo. Algo que vai exigir privações financeiras, despertar incertezas sobre si mesmo e desafiar-lhe em uma série de habilidades novas, que nem mesmo tem certeza se tem.

Por que alguém faria isso? Às vezes eu mesmo me pergunto por que eu fiz tudo isso. Não seria mais fácil ficar onde estava?

E a única resposta que eu encontro é o amor. Cumprir meu papel na construção do mundo que eu sonho que virá a existir, me desperta um amor profundo. Amor por mim mesmo e respeito por minha própria alma que se sente útil, plena. Amor pelas pessoas que viverão neste mundo, com possibilidades muito melhores do que as que temos hoje. Amor pelas pessoas que vejo se despertando para seus trabalhos mais felizes, para o encontro de sua missão de vida, com ajuda do meu trabalho.

Se eu tivesse ficado onde estava, estaria motivado pelo medo. Medo de as coisas não funcionarem, medo de passar dificuldades financeiras, medo de perder o conforto da minha bela casa e do meu belo carro, medo de não saber para onde ir, medo de não ser capaz, medo de abandonar minhas queridas horas de lazer em prol de uma quantidade de trabalho interminável que todo começo parece exigir.

Às vezes eu fico mesmo impressionado por tudo aquilo que eu passei na minha transição de vida. E não só eu, mas muitas outras corajosas e inspiradas pessoas que conheço e admiro. “Caramba, não é que deu certo? Como será que foi possível? Será que eu conseguiria passar por tudo isso de novo?”.

E percebo que todas essas pessoas foram motivadas pelo amor. Por trás da coragem, está o amor. Por trás da alegria, está o amor. Por trás da fé, está o amor. Por trás da determinação, está o amor.

Quando vejo que não paramos nunca, rumo conquistas cada vez maiores, continuo a me questionar se minhas decisões estão sendo motivadas por amor ou por medo. Ainda há muito a ser construído rumo ao mundo que quero viver. Rumo ao mundo que o meu amor pede.

Fazer as coisas por amor não significa que elas serão mais fáceis, nem mesmo mais difíceis. As duas coisas podem acontecer. O mesmo quando você age pelo medo, podendo ser mais fácil ou mais difícil. Estamos falando aqui do “por que” você percorreria um caminho, e não das montanhas que você teria que transpor.

É uma pergunta bem simples não? Entre em silêncio, respire fundo por alguns minutos e se pergunte: “essa minha atitude está sendo tomada por amor ou por medo?”. A resposta virá imediatamente, num flash. Resta saber se você irá querer ouvi-la.

Uma vez um homem buscador da verdade perguntou a Deus:

- Senhor, você fala com os homens?

E a resposta veio imediatamente:

- Sim meu filho, sempre e de muitas maneiras diferentes.

E Deus continuou:

- E a pergunta mais importante não é se eu falo com vocês, meu filho. A pergunta mais importante é se vocês me escutam.

*Nicolai Cursino é consultor, treinador e palestrante em desenvolvimento humano e liderança, com foco no crescimento sustentável das pessoas e das empresas. Sua atuação abrange América Latina, Estados Unidos e Europa. É sócio-diretor da Iluminatta Brasil Desenvolvimento Humano.

Fonte: Jornal Carreira e Sucesso

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