sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Benito Di Paula volta a gravar depois de mais de dez anos

Cantor e compositor faz show com seus grandes sucessos na noite desta sexta-feira, no palco do Theatro Pedro II

Analidia Ferri - Especial A Cidade

Cantor mostra seu repertório de sucessos no show desta sexta-feira

O cantor Benito Di Paula apresenta os seus sucessos dos anos 70, no palco do Theatro Pedro II. Dono de uma aparência irreverente, sempre de bigode e costeletas, Benito tem quase 40 anos de carreira e mais de 35 discos gravados.

Batizado Uday Veloso, Benito Di Paula nasceu em Nova Friburgo/RJ. Pianista autodidata, recebeu do pai a influência musical que o consagrou como um dos grandes nomes da música popular brasileira.

Em entrevista por telefone, o cantor carioca falou sobre suas influências musicais que surgiram logo na infância. "Minha família e, principalmente, meu pai, que iniciaram tudo, mas desde criança já tinha referências de cantores como Ataulfo Alves e Luiz Gonzaga", conta.

Ainda jovem, Benito começou como crooner em boates. Cantava baladas populares nas noites do Rio de Janeiro e, logo depois, se mudou para Santos, onde se apresentava tocando piano, uma de suas maiores habilidades.

Retalhos de Cetim

Pouco tempo depois, em 1970, Benito gravou um disco, ainda como crooner, com as músicas "Jesus Cristo", de Roberto e Erasmo, "Azul da cor do mar", de Tim Maia, e "Apesar de você", de Chico Buarque, que também sofreu censura e não chegou a tocar no rádio.

Este álbum trazia duas composições de Benito que estouraram nas paradas e ficaram eternizadas, "Violão Não Se Empresta a Ninguém" e "Retalhos de Cetim".

A música "Retalhos de Cetim" foi gravada posteriormente em outro disco de Benito, e fez sucesso fora do Brasil, sendo regravada pela orquestra de Paul Mauriat e outros músicos de peso. Naquela época, o cantor carioca era apresentador de um programa de televisão chamado "Brasil Som 75".

O programa foi responsável por projetar a música "Meu amigo Charlie Brown" no topo das paradas. Esta música, segundo Benito, é uma homenagem ao desenho de Charles Schultz, criador do Snoopy.

"O Charlie Brown é o desenho do garotinho e seus amigos. Eu li a história em quadrinhos lá na Itália, depois o pessoal traduziu para mim. Então, resolvi convidar o Charlie Brown para conhecer o Brasil", brinca.

Alguns sucessos de Benito Di Paula foram gravados recentemente pelos cantores Zeca Baleiro, Paulinho Moska e o grupo Revelação. Ele se orgulha e vê isso como uma maneira de fazer com que outras pessoas conheçam seu repertório.

"Isso é muito bom pra mim. Fico muito feliz quando regravam as minhas músicas. Essas regravações são importantes, não só para mim, mas para a música popular brasileira. É uma forma de prolongar a vida dessas canções", revela.

Música rotulada

A música de Benito já recebeu diversos rótulos: sambão joia, brega, cult, entre outros. Ele diz que não é nada disso, pelo contrário, não se enquadra em nenhum desses gêneros.

"Eu sou ‘sambeiro’. Sambista é o Zeca Pagodinho, eu não", ironiza.

O cantor se queixa também do comportamento e das tendências musicais de hoje. Segundo ele, as pessoas se deixam levar pelo que assistem na televisão e chega até a criticar o Rock in Rio.

"Esse negócio de Rock in Rio está totalmente fora de moda. Isso foi lançado em 1985, é velho demais. O pessoal vai, porque tem muita divulgação, mas isso sufoca a música brasileira. E ainda vem me dizer que o rock abrange tudo. O rock abrange só o rock. Os grandes nomes da música brasileira não estarão lá. Não é estranho?", questiona.

Fonte: A Cidade

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