sábado, 19 de novembro de 2011

Mercado de reciclagem de óleo está em alta no Rio de Janeiro

Por Marcelle Colbert

Usinas de transformação do óleo usado em combustível se instalam no estado

O mercado de reciclagem de óleo de cozinha está em crescimento no Rio de Janeiro. Este ano, serão recolhidos, através do Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove), da Secretaria do Ambiente, 7 milhões de litros do poluente, mais que o triplo registrado em 2009. Além de contribuir com o meio ambiente, o projeto ajuda na geração de renda e emprego e no desenvolvimento econômico fluminense, beneficiando uma cadeia produtiva que inclui cooperativas de catadores, residências, hotéis e restaurantes. Nas usinas de transformação, o insumo é usado na produção de biodiesel e sabão pastoso.

Pioneiro no Estado do Rio, o município de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, em parceria com o governo estadual, inaugurou a primeira usina comercial de biodiesel. Administrada pela CoopClean, uma das cooperativas de catadores que faz parte do Prove, a usina transforma o óleo usado em combustível para barcos. A meta do governo é expandir a produção de biodiesel para municípios como Petrópolis, que ganhará sua unidade em 2012.

- O Disque óleo recolhe mensalmente 200 mil litros de óleo usado. Inauguramos uma microusina em Arraial do Cabo, em parceria com uma cooperativa ligada ao Prove, na qual produzimos biodiesel a partir da reciclagem de óleo de cozinha. O combustível é usado nos barcos dos pescadores artesanais, e o nosso objetivo é expandir a iniciativa para outros municípios - anunciou o secretário do Ambiente, Carlos Minc.

O programa estadual de recolhimento de óleo vegetal engloba 30 cooperativas de catadores e bares, restaurantes, condomínios, redes de fast food e hotéis. Outro projeto é a instalação de uma usina de biodisel em Copacabana, com o objetivo de coletar os óleos de cozinha descartados dos 70 hotéis e 120 restaurantes do bairro, uma iniciativa apoiada pelo Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio).

- Segundo as empresas que trabalham com a reciclagem de óleo de cozinha, 80% do material é originário de hotéis, bares e restaurantes. Nosso setor tem muito a contribuir. É uma oportunidade de favorecer o desenvolvimento sustentável, já que se reduz bastante os resíduos, e também de se criar um mercado e diminuir o desgaste do encanamento, o que representa economia na manutenção - disse o presidente do SindRio, Pedro de Lamare.

Lançado em 2008, o Prove beneficia catadores de materiais recicláveis, que são responsáveis pela coleta de óleos de frituras em condomínios, redes de restaurantes, hotéis, supermercados e cozinhas industriais. Além de certificar seus apoiadores, o programa promove palestras sobre a importância da coleta. Apenas uma pequena parcela dos volumes potenciais de descarte do óleo comestível são coletados e reutilizados na fabricação de biodiesel, sabão, sabonete, massa de vidreira e ração animal.

- A decomposição do óleo comestível emite gás metano na atmosfera, provocando o efeito estufa, que contribui com o aquecimento da terra. O produto descartado em pias e ralos compromete as tubulações e caixas de gorduras, sobrecarregando as estações de tratamento de esgotos - explicou o coordenador do Prove, Eduardo Caetano.

Fonte: SECOM/RJ

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