Onze meses após a tragédia que assolou a região serrana Nova Friburgo entra no período de chuvas sem grandes soluções para os problemas de assoreamento de rios e contenção de encostas. As imagens dramáticas presenciadas já deixam de ser tão intensas, mas o medo e o pânico ainda fazem parte da realidade dos friburguenses, a cada dia mais ansiosos com a chegada de janeiro.
Os reflexos do evento climático que vitimou 428 pessoas e deixou cerca de três mil desabrigados ainda são sentidos a cada chuva forte, que tem causado alagamentos em diversas partes da cidade. E mesmo as obras de contenções que já foram iniciadas mostram que não ficarão prontas até o inicio das chuvas de verão.
O município ainda mantem um abrigo oficial com cerca de dez famílias e muitas pessoas aguardam o recebimento do aluguel social, havendo na secretaria 2.100 processos, entre os quais, de acordo com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e Trabalho cerca de 600 estão aptos para receber o beneficio, cujo contrato foi prorrogado por mais um ano.
Sem previsão de entrega, as casas populares a serem construídas pelo município e pelo Estado continuam no papel. De acordo com o subsecretário de Obras do Estado do Rio de Janeiro, Vicente de Paula Loureiro, as obras de cerca de duas mil unidades habitacionais só serão iniciadas entre fevereiro e março de 2012.
Quanto aos recursos, o último anúncio de liberação de verbas para execução das obras para a reconstrução dos municípios atingidos foi feito em novembro, com R$ 330 milhões liberados para a região, sendo Nova Friburgo contemplada com R$ 54 milhões. Aproximadamente R$ 40 milhões foram destinados para encostas e o restante para dragagem, com valores definidos a serem utilizados em bairros específicos, como Floresta, Três Irmãos e Duas Pedras.
Em meio a isso fica a expectativa quanto ao sistema de alerta, cujas sirenes já foram implantadas em várias localidades, tendo sido executado alguns simulados com participação da Defesa Civil Municipal, Estadual e Nacional.
Fonte: Nova Imprensa
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