quinta-feira, 8 de março de 2012

Alma de Vendedor

Conrado Vianna Hoffmann


Antigamente um vendedor surgia quando um profissional era demitido. Daí por falta de opção ele se tornava um vendedor. Como não tinha nascido para vendas e o início de sua carreira na área de vendas se deu por causa de um contratempo, acabava sendo um péssimo vendedor. Esta é uma conclusão óbvia, pois se ele “aceitou” ser um vendedor e não “buscou” ser um. Logicamente o seu desempenho só poderia ser ruim.

É justamente em decorrência dessa herança que atualmente é muito comum existir um certo preconceito em relação aos vendedores. Você já parou para observar quantos nomes diferentes são utilizados em cartões de visitas para designar um vendedor? Pode-se encontrar as mais variadas formas de as empresas maquiarem o nome desse cargo. Hoje encontra-se de tudo, analista de negócios, consultor de vendas, gerente de contas, consultor técnico, key account, vendas técnicas, entre outros.

Atualmente parece que as próprias empresas tem um certo receio em definir os integrantes de suas equipes de vendas como vendedores. Freqüentemente os empresários apresentam suas equipes de vendas como consultores. E quando questionados sobre seus vendedores eles prontamente corrigem dizendo que são consultores. Como se o cargo de vendedor estivessem um degrau a menos que o de consultor.

Não há dúvidas de que este preconceito remonta á época que os profissionais aceitavam ser vendedores, ainda que o seu perfil não fosse adequado à função. Assim, esses ditos vendedores viam seu trabalho como temporário até aparecer coisa melhor. E acabavam enrolando os clientes e omitiam informações importantes para efetivar a venda. Não tratavam o cliente com o respeito e atenção que ele merecia, deixando de informar corretamente o prazo de entrega, de esclarecer as limitações do produto/serviço, e de uma maneira ou de outra, acabavam mentindo para os clientes.

Desta forma, os “pseudo-vendedores ”não procuravam agir de forma a criar uma relação duradoura com os clientes. Viam os consumidores como se fossem um problema que eles precisavam livrar-se o quanto antes.

Esta definitivamente não é a maneira de tratar um cliente e, muito menos, de começar um relacionamento.

O bom vendedor é aquele que consegue atingir excelentes resultados sem precisar omitir informações. E consegue mostrar as limitações dos seus produtos de uma forma que sejam vistas como um simples detalhe e não como uma questão fundamental.

Nem todos os bons vendedores nasceram com esse dom. Um bom vendedor pode e deve ser desenvolvido. Porém ele precisa desejar isto e, acima de tudo, ter orgulho da sua função.

A função de vendedor é, sim, a profissão mais antiga do mundo e, embora muitos autores tragam outra atividade como sendo a mais remota, ela está intimamente relacionada com vendas.

A profissão de vendedor não dá qualquer motivo para que seus profissionais sintam-se inferiorizados ou denegridos. Pelo contrário, vender bem é uma tarefa árdua, pois exige a exposição do profissional às mais variadas personalidades, a diferentes egos e situações.Como se não bastasse, o vendedor, normalmente tem apenas alguns segundos para identificar o estilo do cliente e adaptar-se a ele.

Em suma, os vendedores devem sentir orgulho de serem assim chamados, pois, além de desenvolverem a atividade mais antiga do mundo, exercem, ainda, uma das mais difíceis.

Fonte: ECR Consultoria

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