quarta-feira, 11 de abril de 2012

Polícia Militar inicia novo modelo de formação de praças

Por Guedes de Freitas

No total, 581 policiais serão preparados para trabalhar em comunidades pacificadas

O Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, começou a preparação de 581 novos policiais para trabalhar em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Mais do que o início de nova etapa do Curso de Formação de Soldados, os futuros praças receberão os ensinamentos, nos próximos seis meses, de acordo com as diretrizes de um novo modelo de policiamento a ser consolidado pelo Governo do Estado no Rio de Janeiro: o da prestação de serviços.

A conceituação é do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que participou da abertura da aula inaugural dada pelo ex-secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Ballestreri, um apologista da política de proximidade. Beltrame justificou a mudança no perfil do curso com a atual realidade do estado. Segundo ele, a grade curricular, a carga horária e o conteúdo programático da formação de recrutas estavam defasados em relação ao processo de pacificação, em que o papel do profissional de segurança tem de ser outro.

– Preparava-se o policial muito mais voltado para situações de confronto, para a entrada em favelas que normalmente são traumáticas. Como estamos num processo de pacificação, que já vem de três anos, temos de reverter esta lógica. Precisamos fazer que um policial saia do paradigma da guerra e venha para o paradigma da prestação de serviços. A pacificação daqui a 10, 15 anos será uma realidade consolidada e, por isso, precisamos de um policial inserido neste contexto – argumentou o secretário.

Mudou o conceito do curso e também o perfil de quem dará as aulas. De um universo de mais de 14 mil inscritos, que incluiu até três instrutores do FBI e centenas de candidatos de outros estados brasileiros, foram selecionados 345 novos professores. A escolha obedeceu a critérios rigorosamente técnicos. Além disso, selecionados passaram por testes de qualificação. Por razões orçamentárias – serão investidos R$ 20 milhões por ano para pagamento dos docentes –, a escolha priorizou no primeiro ano quem reside no Rio de Janeiro. Entre os selecionados, 122 professores são civis.

– É a grande oportunidade de a gente trazer novos saberes para dentro da corporação, uma oxigenação. Eles estarão emprestando seus conhecimentos para a construção deste novo currículo – explicou a subsecretária de Ensino e Programa de Prevenção, Juliana Barroso.

Os professores compõem um pioneiro banco de talentos que ficará responsável pelo novo ensino profissional não apenas da PM, mas também futuramente da polícia civil. Segundo Juliana, a nomenclatura das disciplinas em geral foi mantida, alterando apenas o enfoque dos ensinamentos teóricos e práticos. Nas aulas os alunos serão estimulados a interagir com a realidade com a qual irão trabalhar e aprender com a análise de casos bem e maus sucedidos ocorridos no dia-a-dia das UPPs.

Fonte: Subsecretaria de Comunicação Social / RJ

==================================

Apoio institucional: Verdini Meireles Representações Ltda

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente livremente, mas sem abusar do critério da livre escolha de palavras. Assuntos pessoais poderão ser excluídos. Mantenha-se analítico e detenha-se ao aspecto profissional do assunto em pauta.